O dólar opera em baixa no mercado à vista na manhã desta quinta-feira, 27, em meio alta das commodities e possível continuidade de entrada de investidores estrangeiros, segundo operadores de câmbio. O ajuste acompanha o dólar mais fraco ante algumas moedas de países emergentes exportadores de matérias-primas, como peso mexicano, peso chileno, rublo russo e rand sul africano.

Pode estar havendo continuidade de fluxo de investidor estrangeiro para esses países e o Brasil pode estar se beneficiando também, porque há oportunidades atraentes na Bolsa e principalmente pela perspectiva de novos aumentos da taxa Selic nos próximos meses, dada a inflação persistente no País.

O IPCA-15 desacelerou em janeiro, mas a taxa em 12 meses registrou um aumento de 10,20%, mais que o dobro da meta de inflação do BC para 2022). Para a reunião do Copom, na próxima semana (dias 1º e 2 de fevereiro), a aposta majoritária é de elevação de 150 pontos base, de 9,25% para 10,75% ao ano.

Mas a queda no mercado de câmbio local é limitada pela apreciação do dólar no exterior em comparação com moedas rivais nesta quinta-feira. Preocupações com aumento dos gastos públicos neste ano de eleição presidencial no Brasil seguem no radar local também.

Lá fora, a libra e o euro bateram mínimas ante a divisa americana, levando o índice DXY ao seu maior patamar desde a última semana de julho de 2020. O movimento ocorre em reação à sinalização de que o Federal Reserve (Fed) vai subir os juros em março e iniciar a redução do seu balanço de ativos logo em seguida.

O preço do minério de ferro negociado em Qingdao, na China, fechou em alta de 0,81% nesta quinta-feira, cotado a US$ 139,62 a tonelada, informou um operador. Em reação, o American Depositary Receipt (ADR) da Vale registrava alta de 2% no pré-mercado de Nova York.

Já os contratos futuros do petróleo se recuperaram nesta manhã, revertendo perdas da madrugada e retomando a tendência de valorização das duas últimas sessões, em meio às incertezas sobre as tensões entre Ucrânia e Rússia e expectativas de oferta restrita.

Às 9h42 desta quinta, o dólar à vista caia 0,72%, a R$ 5,4020. O dólar futuro para fevereiro recuava 0,60, a R$ 5,4065.