O dólar recuou na comparação com outras moedas fortes, no pregão desta quinta-feira, 13, e manteve a tendência de desvalorização. Na visão de analistas, o impasse entre republicanos e democratas em torno de um novo pacote fiscal nos Estados Unidos reforça a percepção de que a Europa sairá antes da crise, o que fortalece as moedas do continente.

Perto do horário de fechamento das bolsas de Nova York, o dólar subia a 106,96 ienes, o euro avançava a US$ 1,1805 e a libra registrava alta a 1,3050. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana contra seis divisas fortes, fechou em baixa de 0,12%, a 93,335 pontos.

Além de gerar cautela no mercado acionário, a falta de consenso político nos EUA por mais estímulos fiscais pressiona a moeda americana. “O desempenho inferior da economia dos EUA deve se traduzir em desempenho inferior do dólar”, dizem analistas do banco de investimentos Brown Brothers Harriman (BBH). Para os profissionais, a Europa, que aprovou recentemente um pacote fiscal de 750 bilhões de euros, deve sair antes da crise.

Porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany disse hoje que a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, precisa “voltar do recesso e negociar” o pacote de estímulos. A democrata, entretanto, afirmou que os dois partidos estão “a milhas de distância” de um acordo.

“O dólar cai à medida que as perspectivas de crescimento dos EUA diminuem”, diz o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union. Ele ressalta que a moeda americana chegou a reduzir as perdas após uma nova redução nos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA, mas manteve a queda. “Embora seja um grande passo na direção certa, o nível geral de pedidos permanece historicamente alto, ressaltando a urgência de Washington fazer acordo por um novo pacote de ajuda”, explica.

Ante divisas emergentes e ligadas a commodities, o dólar operou sem direção única. No final da tarde em Nova York, a moeda dos EUA caía a 22,2060 pesos mexicanos e a 17,4403 rands sul-africanos, mas avançava a 73,1410 pesos argentinos.

No México, o banco central decidiu cortar a taxa básica de juros em 50 pontos-base, para 4,5% ao ano.