O dólar ampliou máximas frente o real há pouco em meio à demanda defensiva nos mercados à vista e futuro, que reflete a cautela global com a nova alta dos juros dos Treasuries, mas também com preocupação forte de que pode ocorrer uma piora dos números da pandemia no Brasil nesta semana, afirma Vanei Nagem, responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos.

“Aqui, a covid-19 vai piorar nessa semana e, amanhã, devem sair números horríveis e isso ajuda a estressar. São Paulo deve saturar as UTIs e o governador João Doria não faria lockdown se não tivesse certeza da gravidade da pandemia no Estado”, avalia a fonte.

No exterior, a alta de juros dos Treasuries não cessa e muito investidor está perdendo, o que afeta aqui em cheio, ele diz.

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) veio alto demais, apesar da desaceleração, e a expectativa de aumento da Selic de 0,50 ponto na próxima semana não deve acalmar os investidores.

O BC deve sinalizar aumento, mas não deve atrair investidor estrangeiro por tão pouco, tendo em vista a gravidade da pandemia no País e o risco econômico e fiscal do País.

Como alta do dólar hoje é tendência global, Nagem acredita que o BC pode entrar se faltar liquidez, mas o dólar tende a continuar pressionado, em linha com a alta frente outras moedas emergentes.

O dólar à vista teve máxima a R$ 5,7644 (+1,42%) e o dólar abril, a R$ 5,7685 (+1,26%). O dólar subia também ante peso mexicano (+1,14%), rublo (+0,33%), lira turca (+1,55%0 e rand (+0,69%).