O índice DXY, que mede a variação do dólar ante outras seis moedas fortes, fechou em alta nesta quarta-feira, 27, em meio à cautela com as crescentes tensões entre os Estados Unidos e a China. O euro, no entanto, se fortaleceu em relação à divisa americana, após a União Europeia apresentar um pacote fiscal de 750 bilhões de euros para a recuperação da crise.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 107,72 ienes, o euro avançava a US$ 1,1003 e a libra tinha baixa a US$ 1,2259. O DXY, por sua vez, avançou 0,16%, a 99,062 pontos.

“Um pano de fundo cauteloso com as tensões entre EUA e China ofereceu apoio subjacente à moeda americana”, afirma o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union. Hoje, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, informou ao Congresso dos EUA que Hong Kong não dispõe mais de autonomia em relação à China. Pompeo citou a decisão do país asiático de impor uma lei de segurança nacional no território.

Na visão da diretora-gerente de estratégia de câmbio da BK Asset Management, Kathy Lien, o conflito sino-americano é o principal fator de influência para o dólar, embora “os mercados de ações estejam ignorando completamente essa preocupação”.

O euro, por outro lado, se fortaleceu após a União Europeia apresentar um pacote fiscal de 750 bilhões de euros para a recuperação da crise gerada pela pandemia de covid-19. Kathy Lien, da BK Asset Management, destaca que a moeda única ultrapassou a marca de US$ 1,1 pela primeira vez em oito semanas. A analista destaca que esse movimento era esperado desde que a França e a Alemanha anunciaram o fundo de recuperação. “Agora que isso aconteceu, os investidores estão focados no lado positivo, mas ganhos adicionais devem ser limitados antes do anúncio de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) na próxima semana”, pondera.

Ante divisas emergentes e ligadas a commodities, o dólar subia a 22,3113 pesos mexicanos e a 68,3359 pesos argentinos, no final da tarde em Nova York, mas caía a 17,4052 rands sul-africanos.

O moeda da Rússia, segundo o Commerzbank, provavelmente se fortalecerá nos próximos meses, “pois os sinais de recuperação econômica reduzem a probabilidade de o banco central reduzir drasticamente as taxas de juros”. Hoje, no final da tarde em Nova York, o dólar subia a 70,988 rublos russos.

Já a perspectiva para a lira turca, de acordo com o Commerzbank, depende da rapidez com que as exportações da Turquia se recuperem, à medida que os processos de reabertura econômica avançam na Europa.