O dólar opera em alta no mercado doméstico nesta quarta-feira, após abrir com viés de baixa, sob pressão da disputa técnica em torno da definição da taxa Ptax referencial do fim de setembro e do terceiro trimestre, que será anunciada depois das 13 horas. Os investidores seguem cautelosos com o cenário fiscal no Brasil e de olho no mau humor no exterior, de acordo com operadores de câmbio. A percepção de que o governo pode estar mais focado agora nas eleições de 2022 do que em cortar gastos sustenta o desconforto, afirmam.

O mercado avalia o tom do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao defender o auxílio emergencial. “É dinheiro na veia do povo”, disse ele, em recente almoço com líderes de partidos. Também monitora a reunião do presidente Jair Bolsonaro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os ministros da Casa Civil, Braga Netto, e da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira. À tarde, o chefe do Executivo tem encontro previsto com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Estão no radar ainda a votação da prorrogação da desoneração da folha salarial para 2021, os 12 vetos do presidente Jair Bolsonaro ao marco do saneamento, sancionado em julho.

Na Pnad Contínua, a taxa de desocupação no Brasil ficou em 13,8% no trimestre encerrado em julho, de acordo com os dados do IBGE.

Lá fora, os Estados Unidos criaram 749 mil empregos no setor privado em setembro, acima da previsão (+600 mil vagas). Além disso, a criação de empregos de agosto foi revisada para melhor, de 428 mil para 481 mil. Mas esses dados são insuficientes para reverter as perdas nos futuros das bolsas de Nova York, enquanto o dólar segue em alta frente seus pares principais e mistos frente moedas emergentes.

Às 9h24, o dólar à vista subia 0,11%, a R$ 5,6451. O dólar futuro para novembro, mais líquido a partir de hoje, avançava 0,12%, a R$ 5,6465.