São Paulo, 14/12 – A perspectiva de preços firmes da arroba do boi gordo em 2021 sinaliza para a pecuária de corte um cenário também positivo, apesar das cotações sustentadas no gado de reposição e da pressão de outros custos, como grãos. A avaliação é da DSM. Em evento online promovido nesta segunda-feira pela empresa, especialistas destacaram a demanda ainda aquecida do mercado externo, especialmente em virtude do apetite da China, maior importadora de carnes do Brasil no momento. Para o mercado doméstico, entretanto, o ambiente deve ser mais desafiador, dada a crise econômica em decorrência da pandemia do coronavírus e a oferta restrita de gado terminado, que vem fazendo os preços da proteína bovina dispararem para os consumidores brasileiros.

No próximo ano a atenção dos pecuaristas deve se concentrar nos preços dos grãos e no desenvolvimento do fenômeno climático La Niña, que pode atrasar o plantio do milho safrinha, por exemplo, de acordo com analistas da DSM. Além do cereal usado na alimentação do gado, outro insumo que não deve se desvalorizar é o boi magro – um arrefecimento nas cotações só é esperado em 2022. Por enquanto, a disponibilidade bezerros é baixa, lembra a DSM, o que eleva os preços e estimula um ciclo de retenção de fêmeas, levando a uma redução da oferta de animais prontos para o abate.

Apesar dos custos ainda altos, os pecuaristas que optarem por confinar animais no primeiro semestre de 2021 devem continuar sendo bem remunerados e com a conta fechando no positivo, uma vez que a arroba segue cobrindo os gastos com insumos, mesmo após a queda registrada nas últimas semanas. De acordo com especialistas da DSM, os produtores precisam fazer uma gestão financeira mais apurada e utilizar a tecnologia como aliada para aumentar a eficiência e produtividade dos animais confinados.

Em relação à pecuária leiteira, eles afirmam que o mercado continua incerto, especialmente pela retração na renda dos consumidores do mercado doméstico. Além disso, os altos níveis da arroba podem desestimular a atividade, mantendo a oferta restrita, alimentando uma competição entre os laticínios e, dessa forma, fazendo com que os preços do leite continuem elevados, disseram os especialistas.