A E-Machine Comercial, empresa brasileira especializada na compra e venda de equipamentos industriais e maquinários agrícolas, registrou aquecimento na oferta e na comercialização de máquinas usadas nos últimos anos, no Brasil e no exterior. Segundo a empresa, o avanço, mesmo durante a pandemia, foi “exponencial” e puxado, especialmente, pelo agronegócio. “A companhia, que atua na América Latina, África e Ásia, estima para 2023 um crescimento para o segmento (vendas de usados no agronegócio) em torno de 20%”, afirmou a E-Machine Comercial.

De acordo com a empresa, o preço competitivo, o prazo de entrega enxuto e a tecnologia embarcada são alguns fatores que contribuem com esse cenário. A Usina Santa Maria, localizada no extremo sul da Bahia, é uma das companhias que aderiram a essa estratégia. A empresa, que trabalha com a moagem de cana-de-açúcar para fabricação de etanol, está investindo R$ 150 milhões para desenvolver uma termoelétrica e começar a produzir açúcar. Para isso, decidiu comprar o maquinário de uma usina desativada.

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A aquisição visa a redução de custos e agilidade no início da produção. “Este investimento é para que nós possamos preparar a nossa planta para produzir açúcar, a partir de 2024. Os equipamentos já estão chegando e a planta baixa já está pronta”, informou o gerente de Relações Institucionais da Santa Maria, Marcos Antônio Costa Lemos. A Santa Maria adquiriu parte dos equipamentos da extinta usina Floralco, localizada na região noroeste do interior paulista.

Para a safra 2023/24, iniciada em 1ºde abril, a expectativa da usina é de moagem de 2,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produção de 1,8 milhão de metros cúbicos de etanol. A construção da termoelétrica, com capacidade de 65 megawatts, já se encontra em fase de execução. O projeto para construção da usina para produção de açúcar está em andamento na unidade de Medeiros Neto (BA).

A E-Machine é responsável pela gestão da venda dos ativos da Floralco à Santa Maria. O CEO da E-Machine, Milton Ferreira Gomes Filho, afirma que a aquisição desses ativos, por mais que sejam usados, não destoa das práticas modernas de gestão. “Apesar de estarem em uso, têm a mesma tecnologia embarcada, utilizada em novos equipamentos, contando ainda com a vantagem de proporcionar um retorno mais rápido ao capital investido”, argumentou Gomes Filho.