São Paulo, 28 – A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) destacou nesta sexta que outras rotas, além do porto de Paranaguá, têm ganhado participação na importação de fertilizantes. Santos, por exemplo, registrou em 2021 um aumento na entrada de fertilizantes com um direcionamento a Mato Grosso e estados do Sudeste e Centro-Oeste em torno de 53%, saindo de 6,6 milhões de toneladas para 10,1 milhões de toneladas. As importações de fertilizantes pelos produtores brasileiros atingiram nível recorde no ano passado, chegando a 41,6 milhões de toneladas entre janeiro e dezembro de 2021, mostra o Boletim Logístico deste mês, divulgado nesta sexta-feira.

“Em momentos de custos elevados destes insumos, o setor tende a procurar por rotas mais acessíveis e que causem menos impactos no preço final de venda dos fertilizantes aos produtores rurais”, disse em nota o superintendente de Logística Operacional, Thomé Guth.

Principal produtor de grãos do País, Mato Grosso foi o Estado que mais importou em 2021, registrando um volume de 8,0 milhões de toneladas de adubos, a maior parte, por meio dos portos de Santos e Paranaguá, “o que demanda um alto custo de transporte, tendo em vista a distância acima de 2000 km”, pondera Guth.

Os portos do Arco Norte também tiveram um incremento na participação em volume. Conforme a Conab, os produtos recebidos pelos portos de lá se destinaram sobretudo à região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e Mato Grosso. “Os volumes recebidos em Santarém (PA), Barcarena (PA), Itacoatiara (AM) e Itaqui (MA) equivalem a 29,1% do volume importado para atendimento do Mato Grosso, evidenciando que o produtor deste estado tem buscado alternativas visando diminuir o custo logístico deste produto de alto valor agregado”, afirmou a Conab.

De acordo com o superintendente da companhia, com a maior participação dos portos do Arco Norte na exportação de milho e soja, principalmente, era esperado uma maior movimentação de fertilizantes, uma vez que é comum a utilização da modalidade de frete de retorno, visando diminuição do custo logístico. “Ou seja, movimenta-se em direção aos portos com os grãos e retorna para as regiões produtoras com os fertilizantes. Isso torna evidente a importância de se continuar com os investimentos na região do Arco Norte e nos sistemas de transportes para essas rotas, não somente visando a exportação dos grãos, mas, também, nas importações dos insumos, completando o atendimento logístico da cadeia produtiva como um todo, aumentando a competitividade nacional”, ressalta Guth.