O Banco Central afirmou nesta quinta-feira, 27, por meio do Boletim Regional, que os indicadores recentes de atividade “mostram uma evolução mais positiva do que o esperado, apesar de a intensidade da segunda onda da pandemia estar maior do que o antecipado”. Conforme o BC, as divulgações relacionadas ao primeiro trimestre de 2021 surpreenderam favoravelmente, “sinalizando resiliência do processo de recuperação da economia aos efeitos do agravamento da covid-19 e à redução das medidas governamentais de combate aos impactos econômicos da pandemia”.

Ao analisar a atividade econômica nas diferentes regiões, o BC destacou a importância do agronegócio e da mineração.

“No curto prazo, a manutenção dos estímulos monetários, mesmo com o processo de normalização parcial, o retorno dos estímulos governamentais e a redução dos impactos da crise sanitária – inclusive em decorrência da vacinação em curso – devem sustentar a retomada em âmbito nacional”, registrou a autarquia.

Conforme o BC, a incerteza sobre o ritmo de crescimento segue “acima da usual, mas aos poucos deve retornar à normalidade”.

Sudeste

A atividade econômica da região Sudeste avançou 1,0% no primeiro trimestre de 2021, ante o quarto trimestre de 2020, conforme o Boletim Regional do Banco Central, que leva em conta os dados até março deste ano.

De acordo com o BC, “os indicadores relacionados à economia do Sudeste sugerem continuidade da recuperação no primeiro trimestre, porém em ritmo mais moderado”. “Esse movimento foi influenciado, principalmente, pelos efeitos da dificuldade de acesso a insumos em alguns segmentos e do recrudescimento da pandemia”, registrou o BC.

Nordeste

Conforme o boletim, a atividade econômica da região Nordeste avançou 0,7% no primeiro trimestre de 2021, ante o quarto trimestre de 2020.

De acordo com o BC, “no Nordeste, a continuidade do crescimento da atividade esteve associada ao desempenho positivo da agricultura e da construção”. “O fim do auxílio emergencial e o aumento dos novos casos da Covid-19 impactaram negativamente as vendas do comércio, os serviços prestados às famílias e a produção industrial”, registrou.

Sul

A atividade econômica da região Sul avançou 2,0% no primeiro trimestre de 2021, ante o quarto trimestre de 2020, segundo o Boletim Regional do Banco Central.

De acordo com o BC, “a evolução dos principais indicadores econômicos no Sul evidencia que os efeitos da crise sanitária sobre a economia foram menos intensos do que os estimados”.

Conforme o BC, a atividade na região, “mesmo com a desaceleração esperada, apresentou a maior expansão no primeiro trimestre, dentre as regiões do país”.

O BC informou ainda que “a atividade econômica foi beneficiada pelo crescimento do agronegócio, com efeito direto decorrente do aumento da produção de grãos, e indireto, pela elevação da renda agrícola que favorece os investimentos, em especial, em máquinas e equipamentos”.

Norte

Segundo o boletim do BC, a atividade econômica da região Norte recuou 0,9% no primeiro trimestre de 2021, ante o quarto trimestre de 2020.

De acordo com o BC, “a atividade econômica no Norte foi a que apresentou maior recuperação dos efeitos da pandemia ao longo de 2020”. “Entretanto, a severidade da segunda onda da Covid-19 e a redução dos auxílios governamentais impactaram fortemente a economia no início deste ano, com retração expressiva das vendas do comércio, da produção da indústria de transformação, decorrente do desempenho no Amazonas, e dos serviços às famílias.”

O Norte foi a única região do País a apresentação retração da atividade no primeiro trimestre.

Centro-Oeste

A atividade econômica da região Centro-Oeste avançou 0,5% no primeiro trimestre de 2021, ante o quarto trimestre de 2020, de acordo com o boletim do Banco Central.

A instituição afirmou que, no primeiro trimestre de 2021, o crescimento da atividade na região Centro-Oeste foi favorecido pelo início da colheita da soja. “Por outro lado, o aumento dos casos da covid-19 atrasou o processo de recuperação dos serviços às famílias, que permanecem em níveis deprimidos e registraram queda significativa em março”, informou o BC.

De acordo com a autarquia, “a perspectiva de nova safra recorde da soja, aliada às boas condições de comercialização, tende a elevar a renda agrícola, sustentando investimentos do setor para o próximo ciclo e repercutindo positivamente em outros segmentos”.