Leite

Perfeição nos controles e busca pela eficiência é o que define a gestão da fazenda Figueiredo, produtora de leite no município de Cristalina (GO). No ano passado, a propriedade, que começou a produzir no Centro-Oeste, em meados dos anos 2000, deu um salto de 64,5% na produção, saindo de de 15,5 mil litros de leite por dia para 25,5 mil litros. E não parou aí. Em 2018, a produção deve ficar em torno dos 35 mil litros diários, alta de quase 40%.

Por seu desempenho e qualidade produtiva, a fazenda Figueiredo foi a campeã na categoria Gado Leiteiro, do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2018. “Temos de ser eficientes em comparação ao que há de melhor no mundo”, diz Reinaldo Figueiredo, que dirige a empresa ao lado do irmão, Reginaldo. Atualmente, a produção da fazenda é entregue ao laticínio Bela Vista, empresa que integra a Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos).

No futuro, o objetivo é montar um pacote com a produção da fazenda, que também produz feijão, além de produtos de outras propriedades, como ovos, gado de corte café, soja, milho, trigo e suínos. Nessas áreas, com irrigação e rotação de culturas, a família chega a produzir três safras por ano. Na fazenda leiteira, com um rebanho de 2.200 animais, Figueiredo tem buscado eficiência produtiva. Hoje, ele possui animais que superaram a marca de 100 mil litros produzidos em sua vida útil. Em média, o rebanho de gado holandês controlado produz menos da metade (cerca de 40 mil). “Somos os únicos em Goiás a conseguir o feito com seis vacas de alta produção”, diz ele, que é o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa.

Outro trabalho é o mapeamento genético do rebanho. “Com a genotipagem, podemos definir com alta confiabilidade os melhores acasalamentos”, afirma Figueiredo. Cruzar os animais com genes que resultem em um leite livre da proteína beta-caseína A1, por exemplo, torna o leite um produto de mais fácil digestão. “É um nicho de mercado para o qual precisamos estar preparados”, declara o empresário.


No manejo dos animais, criados em sistema confinado (free stall), o produtor tem realizado mudanças estruturais. Para sanar a carência de energia elétrica – um desafio em propriedades leiteiras -, foram instaladas, em 2017, placas fotovoltaicas. No ano anterior, a falta de energia havia levado a uma queda de 20% na ordenha. Isso porque, sem ventiladores e equipamentos de aspersão, o bem-estar animal fica comprometido. “Hoje, um quarto da energia demandada pela área leiteira é produzida na fazenda”, diz Figueiredo. “Sem ela, o prejuízo é certo.”