O presidente Jair Bolsonaro fará uma visita à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na zona oeste da capital paulista, nesta terça-feira, 15. A agenda ocorre no momento em que o presidente e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), protagonizam uma série de embates públicos em relação a vacinas sobre a covid-19. Ambos são cotados para a disputa presidencial de 2022 e a companhia é alvo do governo paulista, que planeja transferir o serviço para outra cidade da Grande São Paulo e ceder o espaço à iniciativa privada.

Segundo a companhia, Bolsonaro deverá participar da reinauguração da Torre do Relógio, “marco principal do ETSP (Entreposto Terminal São Paulo)”, em encontro previsto para o início da tarde. Não deve anunciar mudanças ou quaisquer outras melhorias no entreposto que, ano passado, foi alvo de um acordo entres os governos federal e estadual que abria caminho para sua transferência.

O presidente da Ceagesp Ricardo Mello Araujo pediu a funcionários que compareçam à visita vestindo as cores da bandeira do Brasil. A informação foi confirmada pela própria companhia, que se referiu ao pedido como “apenas um convite para que usemos essas cores como representação da Bandeira Nacional e da força que tem a Ceagesp como maior entreposto da América Latina”.

As cores verde e amarelo marcaram presença ao longo do ano em manifestações pró-governo, sendo muitas vezes associadas a demonstrações de apoiadores do presidente. Ex-comandante da Rota, Ricardo Mello Araujo foi indicado por Bolsonaro para a direção da Ceagesp, posto que assumiu em outubro deste ano.

No início deste mês, Bolsonaro chegou a fazer menção a Araujo nas redes sociais. “Com seu novo presidente, Cel PM Mello Araújo, a Ceagesp vai mudando”, elogiou o presidente no Twitter. Já a Ceagesp, em seu site, anunciou a visita de Bolsonaro e disse que “esta será a primeira vez que um presidente do país, eleito pelo povo, visitará a empresa”.

Disputa por vacina

A agenda de Bolsonaro na capital paulista se dá em meio a um embate público travado entre Bolsonaro e Doria em torno da vacina da covid-19. Doria, que aposta na vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac, anunciou o início da imunização para o dia 25 de janeiro – data que marca também o aniversário de São Paulo.

Bolsonaro, por sua vez, questionou em diversas oportunidades a vacina prometida pelo governo paulista. Em vídeo divulgado no domingo, 13, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Elcio Franco, afirmou que Doria brinca com “a esperança de milhares de brasileiros” ao prometer uma vacina que “sequer possui registro nem autorização para uso emergencial”.

O plano de imunização do governo federal não tem data marcada para início da vacinação, o que levou o Supremo Tribunal Federal a pedir esclarecimentos e cobrar da pasta que apresente um calendário para a iniciativa.