São Paulo, 17 – A Embrapa Soja relata a ocorrência de abortamento de vagens e grãos em lavouras de soja da safra 2020/21. Um maior número de casos foi observado nas regiões oeste, norte e noroeste do Paraná. Segundo a Embrapa, o problema já havia sido registrado no Estado na safra 2017/18. Os primeiros relatos chegaram até a Embrapa na segunda quinzena de janeiro. “Nesse período foram observadas várias áreas que apresentavam intenso abortamento.”

Nos casos de abortamento drástico de vagens, as perdas de produtividade podem variar de 50% a 100%, segundo disse a empresa em nota. Além das perdas de produtividade, há alongamento do ciclo da cultura, podendo atrasar a semeadura da cultura em sucessão, disse a Embrapa.

A situação é diferente dos episódios de apodrecimento de vagens de soja, reportados pela Embrapa no começo de fevereiro, que foram observados principalmente em Mato Grosso. Na ocasião, a empresa apontou que o problema parecia estar relacionado a fatores ligados “ao ambiente desfavorável e à sensibilidade de determinadas cultivares”.

Conforme a Embrapa, no caso do abortamento de vagens e grãos, ainda não é possível até o momento “identificar uma causa específica que acentuou o problema”.

Segundo a nota, o abortamento de vagens e de grãos tem sido atribuído ao clima, mas as áreas atingidas foram semeadas dentro do período indicado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). Nas mesmas regiões onde ocorreu o problema foram observadas lavouras sem ocorrência em fases semelhantes às das áreas prejudicadas. “Assim, fatores climáticos como excesso de chuva e alta nebulosidade possivelmente interagem com condições locais durante determinado momento crítico do desenvolvimento da soja, promovendo o abortamento de vagens e de grãos.”

A nota informa que pesquisadores da Embrapa Soja estão coletando amostras de solo e de plantas em algumas lavouras de soja afetadas pelo problema para gerar dados que permitam avançar na elucidação das suas causas.