No Brasil, confinar gado ainda é uma atividade inicipiente entre os pecuaristas. Atualmente, os animais engordados em sistemas intensivos não chegam a 10% do total abatido pelos frigoríficos no País, volume estimado em cerca de 38 milhões de cabeças por ano. Para 2013, a expectativa é de que os confinadores terminem o ano com cerca de 3,3 milhões de animais prontos para o abate, ante os 4 milhões projetados inicialmente. Apesar do desestímulo para alguns, os grandes projetos com objetivos definidos e gestão afinada seguem o caminho inverso, colocando no mercado cada vez mais animais terminados no sistema. Um desses projetos é tocado pelo empresário Alexandre Funari Negrão, da fazenda Conforto, que fica no Vale do Rio Araguaia, em Nova Crixás (GO).

Xandy Negrão, como é chamado o ex-dono dos laboratórios Medley e piloto de corrida de carros na fórmula GT Brasil, foi o mais bem colocado na cate goria Confinamento de Produtor no prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL. Neste ano, ele está confinando 80 mil bois, um aumento de 15% em relação a 2012, consolidando o crescimento do ano anterior. “Mesmo com menores margens de ganho financeiro, como ocorreu agora, é preciso ser audacioso”, diz Negrão. “Quem confina precisa pensar em escala e em produtividade.”

A fazenda Conforto, comprada em 1995, confina gado durante o ano inteiro, uma raridade entre os pecuaristas no País. Em geral, o sistema costuma ser adotado apenas no período seco, entre junho e novembro. Mas, para confinar o ano todo, Negrão precisa de parceiros que criem bezerros que serão engordados e finalizados em sua fazenda.

Nos 20 mil hectares de terras da Conforto, não é possível criar todos os animais de que precisa durante os 365 dias no ano. Segundo Cláudio Braga, diretor-executivo da fazenda, atualmente 120 produtores entregam seus bois para a engorda, volume que corresponde à metade da criação de bezerros realizada pela Conforto. “Para engordar gado o ano todo é preciso fazer uma gestão sustentável, conciliando rentabilidade e meio ambiente”, diz Braga. Para o próximo ano, sem tirar o pé do acelerador, a Conforto deve fazer melhorias na dieta, em busca de maior eficiência. “Nossa meta é abater animais cada vez mais jovens, que ganhem peso rapidamente”, diz Braga.