Durante a pandemia da Covid-19, a indústria da carne foi atingida fortemente nos Estados Unidos com diversos frigoríficos se tornando pontos de contágio, além dos problemas de abastecimento. Para especialistas, isso mostra que a indústria de carne do país tem um problema de consolidação.

O problema foi uma das propostas de campanha do novo presidente dos EUA, Joe Biden, que anunciou um “plano de ação para uma cadeia de fornecimento de carne e aves mais justa, competitiva e resiliente”. O plano terá quatro estratégias principais que devem resultar em “melhores ganhos para os produtores e mais opções e preços acessíveis para os consumidores”.

O investimento foi anunciado nesta segunda-feira (03). O dinheiro será direcionado para expandir a capacidade de pequenas processadoras de carne no país e faz parte de uma iniciativa para reduzir o que o governo considera uma forte concentração no setor de processamento de carnes. O governo Biden vem criticando fortemente a indústria de carnes dos EUA, alegando que o setor é controlado por um pequeno número de empresas e que a falta de concorrência prejudica consumidores, produtores e a economia.

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De acordo com matéria da Food and Wine, o aporte de US$ 1 bilhão criará um fundo para processadores independentes. Além disso, com o investimento, deve ocorrer um fortalecimento das regras para agricultores, pecuaristas e consumidores, com melhor aplicação destas regras, e maior transparência no mercado de gado.

“Quatro grandes frigoríficos controlam 85% do mercado de carne bovina. No setor de aves, as quatro principais empresas de processamento controlam 54% do mercado. E na carne de porco, as quatro principais empresas de processamento controlam cerca de 70% do mercado. Os frigoríficos e os processadores compram dos fazendeiros e vendem aos varejistas, como supermercados, o que os torna um gargalo importante na cadeia de abastecimento de alimentos”, afirmou a Casa Branca, em nota.

Ainda segundo o comunicado, o investimento visa impedir que os intermediários dominantes continuem aumentando seus próprios lucros à custa dos agricultores, que ganham menos, e dos consumidores, que pagam mais. O texto destaca ainda que “os preços da carne são o maior contribuinte individual para o aumento do custo dos alimentos que as pessoas consomem em casa”.