ELETRIZANTE: novas usinas são montadas para lucrar com bioenergia

Parece conta de mentiroso, mas a realidade é o homem aproveita pouco mais de 30% da massa energética disponível na cana-de-açúcar. Por incrível que pareça, essa planta possui 33% de seu potencial energético no caldo, do qual é extraído o etanol, 33% no bagaço e, aproximadamente, outros 33% na palha, subproduto muitas vezes jogado fora. “Pensando nisso, estamos otimizando a queima da palha da cana, processo que começamos na safra de 2007”, explica o superintendente da Equipav Açúcar e Álcool, Newton Soares.

Para que isso fosse possível, visto que as máquinas colhedoras são desenvolvidas para jogar fora a palha após o corte, tornouse necessário desenvolver tecnologias que segregam a palha durante a colheita, levando-as para a usina, onde são queimadas. “Hoje, metade da palha da cana já é aproveitada para a geração de energia. Isso só foi possível porque 77% da colheita em terras próprias é mecanizada”, afirma.

Para utilizar a palha é preciso separar o material da cana picada e para isso a empresa investiu em mesas com sistema de ventilação, a fim de eliminar o uso da água na lavagem da cana e efetuar a separação da palha. Depois dessa fase, o material separado segue para o peneiramento e, posteriormente, vai para o picador da palha e é incorporado ao bagaço para queima nas caldeiras, gerando vapor e energia elétrica. Estima-se que o uso da palha será responsável por 30% do aumento da produção de energia na usina de Promissão.

Com o incremento e o investimento de mais de US$ 20 milhões em duas caldeiras e turbos geradores, o Grupo Equipav entrou de vez na era da bioeletricidade. Nesta safra, serão produzidas 620 mil MW/h de energia elétrica, das quais serão exportadas cerca de 470 mil MW/h. O volume é três vezes superior ao da safra anterior, quando o número chegou a 170 mil MW/h, suficiente para alimentar uma cidade com 500 mil habitantes.