Com 70 anos de experiência na formação de profissionais de comunicação e propaganda, a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) se prepara para iniciar uma nova graduação: o tradicional curso de Direito. A primeira turma é esperada para 2023.

Para o presidente da instituição, o publicitário Dalton Pastore, é um equívoco pensar que o novo curso não tem relação com os temas centrais de comunicação e criatividade que sempre definiram a ESPM.

“Percebemos que vivemos num momento em que existe um novo bloco do Direito para atender necessidades relativas à propriedade intelectual, inteligência artificial, rede social e internet das coisas, por exemplo”, comenta.
Pastore lembra que até sisudas peças jurídicas já contam com um “quê” de criatividade hoje em dia.

O curso, que terá duração de cinco anos, ganhou na ESPM um reforço de horas-aula: nos primeiros três anos, a duração será integral. Isso para poder agregar disciplinas e competências da comunicação e mundo digital ao Direito clássico.

As últimas graduações lançadas pela ESPM também ocorreram após evidências das necessidades do próprio mercado. O curso de Administração, por exemplo, foi pensado para a gestão dos negócios que estão no centro das antigas especialidades da escola. E a percepção de que negócios estão cada vez mais globalizados motivou a criação de um curso de Relações Internacionais.

Esse olhar atento às demandas do mercado vem da experiência do conselho de administração da escola, formado por nomes conhecidos nas agências de publicidade e por executivos que passaram pelo marketing de grandes empresas e em veículos de mídia.

E tem sido assim desde a criação da ESPM, em 1951, quando companhias de propaganda dos Estados Unidos começaram a se instalar no Brasil. Isso gerou a necessidade de novos profissionais, formação até então nova por aqui.
Com as aulas voltando para o formato presencial, a ESPM reformou todas suas unidades para receber seus cerca de 6 mil alunos.

Segundo Pastore, a ideia é ampliar a experiência do aluno, algo que se provou mais do que necessário na pandemia, com o uso dos laboratórios e aulas práticas. Para quem se formou durante a crise sanitária, a instituição vai oferecer um 5.º ano de graduação, sem custo adicional.

Tendência de mercado

O presidente da Hoper, consultoria especializada em educação, William Klein, aponta que a ESPM pertence a um modelo de escola de negócios, nicho do qual fazem parte outras instituições de ensino como Insper e FGV – marcas consideradas premium.

“A ESPM e as demais escolas de negócios têm alguns desafios no pós-pandemia. O primeiro trata-se do aumento da concorrência. O outro é a pressão pela oferta de cursos 100% online ou híbridos”, prevê Klein. Segundo ele, por outro lado, esse desafio pode acabar se transformando em uma oportunidade de expansão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.