Com o aumento do número de trabalhadores infectados pelo novo coronavírus, a cadeia de suprimentos de alimentos dos Estados Unidos demonstra sinais de desabastecimento. As interrupções na produção e distribuição de certos produtos, como carne bovina e suína, já atingiu os supermercados.

Líderes do setor reconhecem que a escassez pode aumentar. Mas afirmaram ao The New York Times (NYT) que é mais um inconveniente do que um grande problema. Para esses executivos, as pessoas terão o suficiente para comer, porém sem a variedade que estão acostumados.

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Os consumidores já relatam dificuldade de encontrar produtos como farinha e ovos. De acordo com a reportagem do NYT, ainda levará alguns dias para a demanda desses produtos se estabilizar. Varejistas e fabricantes ofereceram garantias de que esses déficits serão temporários.

Um levantamento realizado pelo The Washington Post mostra que o maior consumo de refeições em casa também tem afetado a reposição dos estoques, já que metade das despesas americanas com alimentos costumava ser em restaurantes e outros estabelecimentos.

Uma parte do sistema de distribuição foi construído para abastecer restaurantes a granel e vem adaptando suas embalagens para uso doméstico.

Além disso, os supermercados têm oferecido uma variedade de produtos de cerca 40 mil itens em grandes lojas. Segundo o Washington Post, os fabricantes diminuíram o número de itens distintos para maximizar a eficiência.

Trabalhadores infectados

Os trabalhadores agrícolas e que manuseiam alimentos foram classificados como essenciais nos Estados Unidos. O vice-presidente Mike Pence chamou a categoria de “americanos heróicos” por realizarem um trabalho “vital” em meio à pandemia de coronavírus, de acordo com reportagem do The Guardian. O executivo também afirmou que o governo “trabalharia incansavelmente” para garantir a segurança no local de trabalho.

No entanto, o pacote de estímulo de US$ 2 bilhões aprovado pelo governo exclui os trabalhadores da área alimentar, sem fornecer equipamentos básicos de segurança, como máscaras e desinfetante para as mãos, benefícios como assistência médica e assistência à infância, proteções como distanciamento físico e pagamento de riscos.

A reportagem do NYT também destaca o aumento de casos da Covid-19 em trabalhadores dos supermercados.

Algumas empresas de alimentos demoraram a fornecer o equipamento, enquanto outras tentaram, mas descobriram que seus pedidos foram redirecionados para o setor de saúde.

Além disso, os trabalhadores também enfrentam uma ameaça de exposição aos clientes, que continuam estocando alimentos.