PLUMAS DE OURO “seu Busa” já construiu mais de 30 usinas a um custo de US$ 10 milhões cada uma em diversos países mundo afora

A vida do empresário Luiz Carlos Rodrigues, conhecido como “seu Busa”, não é o que se pode chamar de algo monótono. Com gosto requintado, joga golfe e é piloto de seu próprio avião. Quarta geração à frente da empresa de sua família, a Busa Indústria e Comércio de Máquinas Agrícolas, ele vive como um caixeiro- viajante. Dentro de seu bimotor, viaja por toda a América do Sul, fechando negócios com cifras astronômicas. Cada usina sai por um custo médio de US$ 10 milhões. Quantas ele já construiu? “Nesse formato mais moderno umas 30”, diz. Mas, hoje em dia, “seu Busa” só tem olhos para a sua última criação. Uma usina com capacidade para processar 25 mil toneladas de caroço por hora e mais nove toneladas de pluma, encomendada pela traiding Multigrain.

A um custo de US$ 20 milhões, a nova fábrica fica numa área de 80 mil hectares em São Desidério, no Estado da Bahia, e trabalhará em função de 20 mil hectares plantados de algodão. Mas o que mais chama a atenção na estrutura não é grandeza da obra, e sim o prazo de conclusão. “Estamos montando tudo em 45 dias”, revela. A rapidez nas obras foi um pedido da própria traiding, que está prestes a iniciar a colheita da pluma.

Mas quem pensa que os negócios de “Seu Busa” ficam restritos ao Brasil, está enganado. Sua empresa, sediada em Guará, tem realizado bons negócios internacionais. O mais recente foi fechado no mês passado com a estatal venezuelana PDVSA. “Mas construímos usinas em muitos outros lugares, como Argentina, Sudão, Síria e até mesmo no Iraque”, orgulha-se.

Como forma de manter a linha e sempre estar pronto para um novo negócio, o bimotor do empresário, batizado de “Pássaro solitário”, virou uma espécie de “segunda casa”. “Viajo muito sozinho, então sempre levo uma muda de roupa, um terno e, claro, uma pinguinha para quando encontrar com os amigos”, brinca.

Com um mercado aquecido e muitos pedidos pela frente, “seu Busa” pretende ampliar os negócios. “Estamos operando com o máximo da capacidade instalada, por isso estamos investindo mais R$ 20 milhões para a construção de uma nova fábrica”, diz. Entre as três maiores empresas do setor, a Busa concorre com as americanas Continental e Lumus. “Em breve vou passar o comando da empresa para o meu filho, que será a quinta geração à frente de nosso negócio. Mas até lá ainda quero fazer alguns vôos”, afirma.