Após abrir o ano com o menor estoque da história, o total de veículos nos pátios de montadoras e concessionárias fechou janeiro em volume suficiente a 18 dias de venda, um pouco acima dos 17 dias de dezembro, em giro que considera o ritmo de emplacamentos do mês passado.

No início de janeiro, a Anfavea, entidade que representa as montadoras, anunciou um giro menor, de apenas 12 dias, mas tendo como referência, naquele momento, as vendas de dezembro, um mês tradicionalmente mais aquecido.

Durante a apresentação dos resultados da indústria automotiva em janeiro, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, voltou a dizer que, além de reajustes nos preços dos insumos, as montadoras ainda enfrentam dificuldades no abastecimento de componentes, citando pneus, aço e, agora, semicondutores. Ele reconheceu que a situação pode levar a filas de espera nas concessionárias por alguns modelos.

Moraes frisou, contudo, os esforços das fábricas para manter o ritmo de produção e atender a demanda. “Apesar das dificuldades de logística, ainda com descompasso na cadeia logística, fomos capazes de produzir quase 200 mil veículos em janeiro, que é um bom número” comentou Moraes, lembrando que janeiro geralmente é um mês de produção mais baixa em virtude das férias coletivas nas fábricas.

O presidente da Anfavea observou ainda que é possível que os estoques mais enxutos se tornem, como estratégia no pós-pandemia, um novo padrão na indústria automotiva, a exemplo do que acontece em mercados mais maduros.

O balanço divulgado nesta quinta pela Anfavea mostra a produção de 199,7 mil veículos em janeiro, 4,2% a mais do que no mesmo período de 2020, além da geração de 2,16 mil vagas de emprego nas montadoras. Moraes explicou que as montadoras de veículos comerciais voltaram a contratar.

Em sua maioria, os contratos são temporários, com prazos, em alguns casos, de seis meses a um ano, informou Moraes. “A gente torce para esse emprego se tornar permanente.”