Dois anos após o tsunami e o terremoto que devastaram a região Nordeste do Japão, varrendo milhares de hectares de terras férteis e canais de irrigação, o governo continua investindo na reconstrução do país. Um dos projetos do Ministério da Economia, Comércio e Indústria desse país buscou empresas para testar tecnologias de modernização da agricultura, com apoio financeiro que pode variar de US$ 100 mil a US$ 3 milhões. A empreitada atraiu a Panasonic, uma das maiores fabricantes de eletro eletrônicos do mundo. Desde junho, a empresa japonesa está testando o plantio de alface em uma área de sua fábrica em Fukushima, numa espécie de estufa com iluminação LED, criada para promover um crescimento mais rápido da planta e maximizar a produtividade. “A empresa planeja produzir cerca de 1,5 mil pés de alface por dia”, diz Mio Yamanaka, gerente-geral assistente da Panasonic. O sistema da estufa é capaz de monitorar o desempenho das plantas 24 horas por dia, com o uso de câmeras, além de coletar dados que podem ser acessados por smartphones e computadores. “Começamos com algumas variedades de alface e vamos prosseguir, em etapas seguintes, com vegetais de maior valor agregado.” Segundo Mio, as pesquisas devem continuar em 2014 e a intenção da empresa é lançar uma tecnologia para o agronegócio.

Mas a Panasonic não está sozinha nesse processo de industrialização da agricultura. A concorrente e conterrânea Sharp está cultivando morangos num laboratório em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, apostando também na iluminação LED. Além disso, a estufa conta com uma tecnologia da Sharp chamada plasmacluster, para purificar o ar do ambiente e equipamentos de controle de temperatura e umidade.

Os morangos japoneses fazem sucesso no Oriente Médio, mas têm preços elevados devido à dificuldade de transporte e por serem perecíveis. Com a estufa de alta tecnologia, é possível ter uma produção estável de morangos de alta qualidade sem os problemas causados pela localização e pelo clima da região. Em comunicado, a Sharp informou que pretende entrar no negócio que chama de “fábrica de plantas”, em cooperação com parceiros locais, além de prestar serviços de monitoramento e manutenção das estufas.