O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, comentou as negociações sobre possível venda das operações americanas do TikTok, durante entrevista à Bloomberg TV. O aplicativo, propriedade da chinesa ByteDance, é alvo de preocupações da Casa Branca de que pode ser usado por Pequim como veículo de espionagem. “Nossa preferência seria de que o TikTok fosse comprado por uma das empresas americanas, mas cabe ao setor privado decidir”, afirmou.

Ross acrescentou que o objetivo dos EUA é evitar que a China continue “se aproveitando” das tecnologias ocidentais. Ele citou o cerco imposto à Huawei e à ZTE. “Desde 2017, colocamos 500 empresas na lista de sanções. Uma grande parte delas são companhias chinesas, porque são elas que estão violando sanções, direitos humanos e, mais recentemente, criando problemas em Hong Kong”, acusou.

O secretário reconheceu que as duas maiores economias do planeta vivem sob uma espécie de “guerra fria da tecnologia”, mas ponderou que isso não começou a partir da posse do presidente americano, Donald Trump. “O abuso de tecnologia tem suas origens muitos anos antes. A diferença é que Trump está começando a nos defender”, ressaltou.

Sobre o coronavírus, Ross acusou os chineses de não terem lidado bem com a pandemia. “Ainda não sabemos se o surto original em Wuhan foi resultado de ação deliberada ou se o vírus vazou de um laboratório”, criticou, ressaltando que o país asiático não tem sido transparente com autoridades de saúde de todo o mundo.