“Sou muito conservadora. Trabalho sempre com um planejamento

para que nada dê errado”

KELLY MASCARELLO MUFFATO, dona da Comil

Presente em 50 países mundo afora, o grupo francês Evialis não é o que se pode chamar de um “estreante” no Brasil. Na década de 1980, a multinacional comprou as operações da Socil Giomark e, de lá para cá, vem realizando pequenas aquisições. Mas, no mês passado, os franceses deram seu grande passo no competitivo mercado de rações no País, com a compra da Purina Alimentos, uma empresa do grupo Cargill. “Vamos investir R$ 40 milhões, dos quais, R$ 15 milhões em planos estratégicos e R$ 25 milhões em infra-estrutura”, explica Nilton Ribera Perez, presidente da Evialis no Brasil.

Em disputa há um mercado de 59 milhões de toneladas, das quais a empresa multinacional produz 500 mil toneladas. “É um mercado muito pulverizado, em que há mais de 1.500 empresas competindo, por isso temos de ser eficientes na logística”, analisa. O jeito encontrado para ampliar a participação foi construindo ou comprando fábricas em diferentes Estados como Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso. “A ração é uma commodity que viaja muito mal e se perde fácil, então temos de estar presentes em muitos lugares ao mesmo tempo”, diz.

NILTON RIBERA: presidente da empresa quer ganhar o mercado brasileiro

Outra aposta da Evialis está na área de pesquisas. No próximo ano a empresa desembolsará R$ 5 milhões distribuídos em cinco centros espalhados pelo mundo: França, Índia, Vietnã, Brasil e Bélgica. “A maior parte dos recursos vai para a matriz, na França, mas o Brasil também será bastante privilegiado”, diz Perez. Segundo o presidente, todos os resultados de cada um dos centros ficam disponíveis numa rede interna de informações. “Isso quer dizer que toda novidade pode ser imediatamente implantada por todas as unidades porque os dados estão disponíveis em toda a rede.”

A empresa terá pela frente alguns desafios, pelo menos no Brasil. Ela pretende lançar uma marca própria para o mercado de animais domésticos. Isso porque a marca Purina nesse segmento pertence à Nestlé. “Além disso, vamos expandir no mercado de aqüicultura, com destaque para peixes e camarões de cativeiro, em grande crescimento no Brasil”, revela. Segundo ele, a idéia é consolidar um crescimento anual entre 5% e 7% ao ano. “Todos os mercados são importantes para nós, mas vamos nos concentrar em grandes animais”, analisa Ribera.