São Paulo, 10 – A exportação brasileira de café em setembro atingiu 3,02 milhões de sacas de 60 kg (considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído), o que corresponde a um crescimento de 24% em relação a setembro de 2017, quando o país exportou 2,4 milhões de sacas. Os números fazem parte de levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), divulgados nesta quarta-feira, 10. A receita cambial no mês passado alcançou US$ 410,3 milhões, representando uma variação positiva de 0,7% em relação ao mesmo mês do ano passado.

O tipo arábica permaneceu na liderança do café exportado entre as variedades embarcadas no mês, correspondendo a 81% do volume total de exportações (2,4 milhões de sacas). Na sequência, o grão robusta representou 9,7% das exportações no mês (291,6 mil sacas), enquanto que o solúvel teve participação de 9,3% (280,3 mil sacas).

No acumulado do ano civil (de janeiro a setembro de 2018), o Brasil registrou um total de 23,6 milhões de sacas exportadas, crescimento de 7,3% na comparação com igual período do ano passado. A receita cambial apresentou uma queda de 6%, alcançando US$ 3,5 bilhões.

O Cecafé destaca que, em setembro, o café conilon (robusta) apresentou crescimento de 1.091% nas exportações ante setembro de 2017, enquanto no ano civil o crescimento foi de 782,2%, comparado com o mesmo período do ano passado. Os números confirmam a forte recuperação da variedade, que havia sido prejudicada pela estiagem ocorrida no Espírito Santo em 2015/16. Já o tipo arábica registrou um incremente de 14,9% nos volumes embarcados em comparação com setembro de 2017, enquanto o solúvel manteve o volume estável.

O presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, informou em comunicado que os resultados das exportações do café brasileiro no mês de setembro, apesar de serem positivos, foram abaixo do volume que poderia ter sido embarcado por causa da ocorrência de impasses logísticos em portos. “Calculamos que poderíamos ter embarcado de 10% a 15% a mais se não fossem os problemas de falta de contêineres e espaços nos navios. Há casos em que um único exportador deixou de embarcar 100 mil sacas. O segmento está organizado para atender o mercado importador, porém, devido aos problemas logísticos da navegação não tem conseguido atender aos compradores com assiduidade”, declarou.

A entidade afirma que os exportadores respeitam as agendas de embarque, entretanto, muitas vezes, a carga é ‘rolada’ para o próximo navio. Carvalhaes complementa ainda que o Cecafé mantém diálogo constante com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), para o fluxo de embarques de grão do país seja normalizado.

No ano civil, EUA, Alemanha e Itália se mantiveram, respectivamente, como os três primeiros destinos do café brasileiro. Os EUA importaram 4,1 milhões de sacas de café de janeiro a setembro deste ano (17,4% do volume total exportado no período); a Alemanha importou 3,6 milhões (15,3%); e a Itália, 2,2 milhões (9,2%).

Na sequência estão: Bélgica, com 6,9% (1,62 milhão de sacas); Japão, com 6,7% (1,58 milhão de sacas); Reino Unido, com 4,4% (1,04 milhão de sacas); Turquia, com 3% (707 mil sacas); Federação Russa, com 2,8% (653 mil sacas); Canadá, com 2,4% (573 mil sacas); e França, com 2,3% (547 mil sacas).

Entre os principais destinos, destaca-se o incremento nos volumes exportados de 135,7% do Reino Unido ano civil de 2018 comparado com o de 2017, seguido pela Bélgica (27%) e Itália (crescimento de 6,8%).

Em relação aos cafés diferenciados, no ano civil, o Brasil exportou 4,2 milhões de sacas, uma participação de 17,6% no volume total do café exportado, e 21,4% da receita cambial. Em relação ao mesmo período de 2017, o volume representou um crescimento de 22,5%.

Os principais destinos no período foram: Estados Unidos, responsável por 20% (832 mil sacas); seguido pela Bélgica, com 13,4% (559 mil sacas); Alemanha, com 13,4% (557 mil sacas); Japão, com 8,5% (351 mil sacas); Itália, com 7,6% (317 mil sacas); Reino Unido, com 5,9% (246 mil sacas) e Suécia, com 3,1% (128 mil sacas).

Em setembro, o preço médio foi de US$ 135,88/saca, um decréscimo de 18,6% na comparação com setembro de 2017, quando a média era de US$ 166,87/saca.

O Porto de Santos (SP) se manteve na liderança da maior parte das exportações no ano civil, com 82,1% (19,4 milhões sacas). O Porto do Rio de Janeiro aparece na sequência, com 11,7% dos embarques (2,7 milhões de sacas).