São Paulo, 31 – O Brasil exportou cerca de 4 milhões de sacas de café solúvel no ano passado (91.962 toneladas), novo recorde para o setor, representando aumento de 7% em comparação com 2018 (85.977 t). Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), divulgados nesta sexta-feira.

Conforme avaliação da entidade, o recorde pode ser atribuído em grande parte à reconquista de mercados perdidos no segundo semestre de 2016 e no primeiro semestre de 2017 quando, em virtude de problemas climáticos que prejudicaram a safra do Espírito Santo, “ocorreram problemas de abastecimento de café conilon (matéria prima do solúvel)”.

A receita cambial em 2019, no entanto, registrou queda de 3%, totalizando US$ 581,7 milhões ante US$ 599,8 milhões no ano anterior. Segundo a Abics, a queda no faturamento é resultado dos baixos preços internacionais.

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A Abics destaca em seu relatório a perspectiva positiva com a conclusão do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE). O caminho é longo mas, com a desgravação gradual, em quatro anos, será eliminada a tarifa de importação de 9% aplicada ao solúvel brasileiro. “Tão logo o acordo entre em vigor, a expectativa é que o Brasil volte a exportar as mais de 840 mil sacas atingidas em 2012”, informa a Abics.

Os Estados Unidos são o principal destino do café solúvel brasileiro, com crescimento de 3,1% em 2019. A Rússia vem em segundo e a Indonésia em terceiro. Quando se leva em conta a soma das importações dos países que compõem a UE, o bloco assume o segundo posto, com significativa crescimento de 22,9%.

Para 2020, a expectativa do setor é de manutenção da competitividade no Exterior, com projeção de crescimento de 5% em volume, o que representará novo recorde na exportação.

No mercado interno, o consumo de café solúvel no Brasil teve um crescimento médio de 4,22% ao ano, nos últimos três anos, índice superior ao do café torrado e moído. Em 2019, o crescimento foi de 5,6% (21,3 mil toneladas, o equivalente a 925.906 sacas, das quais 11.691 sacas foram importadas), em comparação com 2018. Para 2020, o consumo esperado está próximo de 8%, o que significará cerca de 1 milhão de sacas consumidas.