São Paulo, 11 – As exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul caíram 16,1% em valor em 2020, para US$ 10,1 bilhões, informou em nota a Secretaria de Agricultura gaúcha, com base no boletim Indicadores do Agronegócio do RS. Conforme o informativo, o maior tombo ocorreu com a soja, cujos embarques externos a partir do Rio Grande do Sul cederam 23,5% em valor, para US$ 1,2 bilhão. Em seguida, veio o setor de produtos florestais (menos US$ 580,4 milhões, ou recuo de 37,7%) e fumo (menos US$ 437,8 milhões, ou menos 24,7%).

A queda se justifica por “um ano marcado por estiagem e pela pandemia do coronavírus”, diz a nota da secretaria. Em termos absolutos, as vendas externas do agronegócio gaúcho somaram o menor valor desde 2010. Conforme o boletim, as exportações do complexo soja apresentaram queda em função da estiagem e da quebra na produção, estimada em 38,9%, segundo o IBGE.

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No caso dos produtos florestais, que têm na celulose seu principal item da pauta, ainda que o volume embarcado teve redução de 1%, o principal impacto foi a baixa nos preços médios pagos, que chegou a 37,1%. Quanto ao setor de fumo e seus produtos, os preços médios (-19%) e o volume embarcado (-7%) também apresentaram baixa, refletindo o impacto da estiagem na qualidade e na quantidade produzida.

Dos cinco principais setores exportadores do agronegócio do Rio Grande do Sul, dois apresentaram alta nos números de 2020: carnes (US$ 286,8 milhões; +16,9%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 106,3 milhões; +19,1%).

Os números finais do quarto trimestre e o acumulado do ano, além dos dados sobre emprego formal no campo, estão no boletim Indicadores do Agronegócio do RS, elaborado pelos pesquisadores Sérgio Leusin Junior e Rodrigo Feix, do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e divulgado na manhã desta quinta-feira (11/2).

Entre os desempenhos positivos, no segmento de carnes o ano apresentou alta significativa nas vendas das carnes suína (mais US$ 215,8 milhões; +52,4%) e bovina (mais US$ 65,5 milhões; +24,9%). No setor de cereais, farinhas e preparações, o destaque nas exportações ficou por conta do arroz, com alta de 37,3% em valor e que, assim, alcançou o segundo maior volume em vendas da série histórica, iniciada em 1997, com 1,3 milhão de toneladas.