A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) diz que, ainda que o Plano Safra 2020/21 não seja o reivindicado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), “é o possível dentro do atual cenário econômico brasileiro e mundial resultante da pandemia do Covid-19”. Em nota, a federação aprovou o aumento de 30% no seguro rural.

“Nós privilegiamos o seguro rural porque acreditamos que crédito não gera seguro, mas seguro gera crédito”, disse economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz. “Um produtor bem assegurado consegue alavancar crédito. E não apenas nos bancos, mas também em outras operações de crédito que serão cada vez mais comuns.”

Na nota, Luz destaca a situação vivida pelo setor produtivo nos Estados Unidos, país que gasta, segundo ele, em torno de US$ 12 bilhões ao ano com subsídio ao seguro. “Isso dá mais que R$ 60 bi. Para se ter uma ideia, esse é o valor total gasto pela agricultura brasileira em quatro anos, incluindo todos os custos do Ministério e estatais”, afirma. Ele lembra que há três anos o valor destinado ao seguro era de R$ 200 milhões. No plano atual é de R$ 1 bilhão e para o 2020/21 será de R$ 1,3 bi. “Sob esse ponto de vista, o Plano Safra acertou muito na principal política. Ele tirou dinheiro de banco e botou no seguro. E quanto melhor segurado um produtor estiver, mais baixo serão os juros para ele”, afirma.

Sobre a taxa de juros de 6% para os produtores que não se enquadram no Pronaf ou nas categorias de pequenos e médios, a avaliação da Farsul é de que a pandemia acabou por transformar o cenário econômico, não viabilizando o pleito da CNA, que era de 3%.