São Paulo, 5 – As perdas nas lavouras de milho de Santa Catarina após prolongada estiagem são irreversíveis, segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro-SC). A entidade cita que a Secretaria de Agricultura do Estado espera agora colheita de 2,540 milhões de toneladas. A situação também é preocupante no Rio Grande do Sul, onde a Secretaria de fazenda deve avaliar pedido dos agricultores de ampliação de programa de financiamento.

Nas lavouras de milho catarinenses, o prejuízo médio no momento é estimado em 7,7%, chegando a 20% nas regiões de Campos Novos e Lages, áreas em que o plantio foi feito tardiamente.

Os dados foram divulgados pelo secretário da Agricultura, Ricardo Gouvêa, após reunião com diretores e técnicos da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Apesar da média, técnicos da Epagri ressaltam que existem propriedades pontuais que já perderam de 50% a 70% da produção.

A escassez de chuvas também prejudicou outras lavouras, mas com menor intensidade, segundo o levantamento citado pela Fecoagro. Para a soja, a média de perdas no Estado até agora está estimada em 4,2%, com a colheita total prevista de 2,4 milhões de toneladas. O feijão deve perder 3,2% e o fumo menos de um por cento.

O setor produtivo acompanha, também, a quebra da safra de milho no Rio Grande do Sul, maior produtor da região e que abastece criadores catarinenses. Lá, produtores pedem a ampliação do Programa de Financiamento de Sementes Forrageiras, do governo do Estado, que oferece linha de crédito via Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper).

Conforme a Secretaria da Agricultura do Estado, a demanda foi discutida na terça-feira em reunião do governador Eduardo Leite com o presidente da Fetag, o secretário da Agricultura e o deputado estadual Elton Weber. Na ocasião, Leite afirmou que o próximo passo é encaminhar o pedido de financiamento para um estudo de viabilidade técnica por parte da Secretaria da Fazenda.

O governador disse, ainda, que está encaminhando a solicitação de uma agenda em Brasília com a ministra da Agricultura Tereza Cristina para buscar alternativas em relação ao crédito rural, outra necessidade dos agricultores gaúchos.