O presidente da Schering-Plough Saúde Animal comenta os investimentos da empresa no desenvolvimento de uma nova vacina contra brucelose. Afora a novidade, o grupo acredita em novos nichos, como a carcinicultura e a criação de tilápias, ambas em cativeiro. A empresa, de forma global, trabalha numa vacina contra influenza aviária, embora acredite serem baixos os riscos no Brasil.

RURAL – Qual a novidade na vacina RB 51, recomendada pelo Ministério da Agricultura?

HEIDERICH – Essa nova vacina não influencia o exame de sangue, pode ser aplicada também em fêmeas adultas e protege pelo mesmo período. Antes de nossa nova vacina, o programa trabalhava somente com fêmeas de quatro ou cinco anos. Agora pode ser aplicada em animais de qualquer idade.

RURAL – Transporte e armazenamento são problemas?

HEIDERICH – Sim. A indústria faz seu papel desenvolvendo, testando, aprovando e entregando produtos de qualidade. O canal de distribuição, os técnicos e os produtores também devem fazer sua parte com o transporte e a conservação adequada.

RURAL – A “consciência sanitária” tornou-se bom negócio?

HEIDERICH – Nosso negócio não é só levar produtos aos pecuaristas. Acompanhamos o dia-a-dia do produtor procurando junto com ele as melhores soluções. Portanto, bom negócio é fazer um trabalho sério e qualificado, na tentativa de que toda a cadeia saia ganhando.

RURAL – E os problemas da suinocultura?

HEIDERICH – Existem conceitos muito ultrapassados quanto a isso. É um setor preocupado com a prevenção. Temos o maior banco de dados de histopatologia de pulmão suíno do mundo. O programa brasileiro é exportado até para a Europa. São mais de 105 mil pulmões avaliados.

RURAL – Por que investir no mercado de camarões e peixes?

HEIDERICH – É um mercado que cresce muito. Portanto, trata-se de um novo nicho em crescimento e somente nossa empresa tem no Brasil produtos aprovados pelo Ministério da Agricultura que não deixam resíduos, um problema desse setor.

“O controle da aftosa, brucelose, tuberculose tem de ser feito conforme seus respectivos programas, e a rastreabilidade precisa ser cada vez mais real”

RURAL – A vacina contra a influenza aviária vem?

HEIDERICH – A Schering- Plough está trabalhando neste assunto com vacinas para uso global, embora acreditemos que no Brasil os riscos sejam pequenos e que as medidas tomadas sejam eficientes.

RURAL – O mercado de cavalos vai decolar?

HEIDERICH – Esse mercado cresceu bem em 2007, principalmente pelo aumento dos esportes como enduro, cavalgadas, etc. Temos uma presença muito forte com nossos produtos e lançamos um novo medicamento para o “manejo da dor”.

RURAL – E os investimentos globais em pequisa como vão?

HEIDERICH – A Schering- Plough investe 21% de suas vendas globais em pesquisa e desenvolvimento. São novidades todos os anos e projetos brasileiros estão se convertendo em projetos internacionais.

RURAL – Como a subsidiária brasileira se transformou na maior do mundo?

HEIDERICH – Nossos técnicos, 90% veterinários, levam soluções e não apenas produtos. Tenho orgulho de nossa equipe e do crescimento da subsidiária brasileira, que se tornou a maior do mundo fora os EUA. Focamos nas pessoas, e nossa crença é na ciência, mistura que tem dado certo.

RURAL – Qual a sua impressão particular sobre a sanidade animal do Brasil?

HEIDERICH – O controle da aftosa, brucelose, tuberculose e raiva tem de ser feito conforme seus respectivos programas. Além disso, a rastreabilidade e a sustentabilidade precisam ser, cada vez mais, uma real parte dos processos produtivos.