Para especialistas, em tese, o isolamento social continua sendo a melhor forma de conter o vírus. Eles admitem, entretanto, que esta não é mais uma estratégia viável. Por questões sociais ou financeiras, uma parcela da população nunca pôde aderir à quarentena no País. Outros se negam a acatar a recomendação de cientistas e da Organização Mundial de Saúde. Quem ficou em casa também já está há tempo demais recluso.

“Psicologicamente, as pessoas começam a ficar pesadas. Esse período longo do Brasil no topo do gráfico foi cansando”, afirma Marcelo Mendes Brandão. Uma amostra desse problema, descreve, foi o aumento de casos registrados após o feriadão de 7 de setembro, quando hotéis voltaram a lotar e houve aglomerações em praias.

Um dos defensores do lockdown durante os momentos mais críticos da pandemia, Pedro Hallal concorda que, na prática, não faz mais sentido fechar as cidades. “Fazer o distanciamento social está mais difícil, as pessoas estão cansadas e precisando sair de casa, seja por questões financeiras ou por problemas de saúde mental”, diz. “O #FicaEmCasa não é mais prioridade. Hoje, a gente tem de estar preocupado em usar máscara, manter hábitos de higiene e #EviteAglomeração.” Para ele, a pergunta que tem de ser feita agora é: precisávamos ter chegado a 150 mil mortos? “A resposta é ‘não’.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.