A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, apontou nesta quarta-feira que eventos climáticos extremos normalmente cortam o crescimento da economia anual em 1 a 2 pontos porcentuais (p.p.) per capita. Na Cúpula Global de Governo, que está sendo realizada nos Emirado Árabes Unidos, a dirigente afirmou que a crise climática já está causando graves interrupções em vidas e meios de subsistência, e que, com apenas 1,1 grau Celsius de aquecimento, metade da população mundial enfrenta insegurança hídrica pelo menos um mês por ano.

“Todos os países precisam reduzir drasticamente as emissões para estabilizar temperaturas e tornar o desafio de adaptação mais gerenciável”, disse. Segundo ela, para manter a meta de 1,5 grau de aquecimento viva, “precisamos cortar emissões pela metade até 2030”. Para chegar lá, “recomendamos um aumento do preço do carbono, juntamente com investimentos verdes e ações para garantir uma transição justa entre e dentro dos países”, afirmou.

Segundo Georgieva, países poderiam começar por mobilizar receitas aumentando a eficiência e redefinindo as prioridades dos gastos públicos sempre que possível, por exemplo, substituindo os subsídios gerais aos combustíveis por medidas específicas para ajudar as pessoas mais vulneráveis. No lado internacional, um bom começo seria que as economias avançadas atinjam (ou excedam) a meta de fornecer US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento, apontou.