O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta tombo do Produto Interno Bruto (PIB) da França de 9,0% em 2020 e alta de 5,5% em 2021. De acordo com a entidade, o país europeu foi um dos mais afetados pela pandemia de covid-19 no mundo, com medidas de contenção da doença que golpearam a economia. Além disso, o FMI diz que a França tem “desafios de longa data” para enfrentar, como dívida pública elevada, crescimento lento e desigualdade social importante, com riscos que podem levar a revisões para baixo das previsões supracitadas.

“Os diretores do FMI elogiaram as autoridades francesas pela resposta política rápida e flexível, que ajudou a apoiar famílias e empresas e limitou o fardo econômico da crise. Eles observaram que as perspectivas de crescimento permanecem altamente incertas, com riscos para o lado negativo, principalmente decorrentes da dinâmica relacionada ao coronavírus”, diz o relatório do FMI, que recomenda a manutenção dos estímulos econômicos no curto prazo.

Para o longo prazo, por sua vez, a entidade recomenda adoção de ajustes fiscais para impor trajetória de queda à dívida pública francesa. “Lidar com os riscos de insolvência corporativa também será fundamental para a recuperação econômica. Os diretores observaram o aumento na dívida corporativa, impulsionado pela provisão de empréstimos estatutários e pela lacuna considerável do patrimônio líquido das empresas”, acrescenta o relatório.

Outras reformas econômicas são recomendadas para alavancar o emprego e o fortalecimento do Acordo de Paris é visto como um ponto positivo para a França.

A resiliência do setor bancário francês foi outro ponto elogiada no relatório. Há, contudo, alertas: “futuras inadimplências corporativas podem representar um risco para a lucratividade bancária já limitada”.