O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a projeção de crescimento do Brasil de 1,5% para 0,3% neste ano, a expansão mais baixa de um grupo de 26 países, entre eles as principais economias avançadas e emergentes, cujas estimativas foram divulgadas na atualização do relatório Perspectiva Econômica Mundial. Para 2023, o FMI também diminuiu a previsão realizada em outubro para o Brasil, de 2,0% para 1,6%, o que é o segundo desempenho mais baixo neste conjunto, atrás apenas da alta de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) da África do Sul.

Em pontos porcentuais, Brasil, México e EUA registraram a mesma magnitude de redução de estimativa de crescimento para este ano: 1,2 ponto porcentual.

Para 2023, o tamanho da diminuição foi a segunda maior, 0,4 ponto porcentual, revisão que também ocorreu com a Indonésia, cuja projeção de expansão baixou de 6,4% para 6,0%. A pior alteração foi a do Casaquistão, uma queda de 2,7 pontos porcentuais, de 5,8% para 3,1%.

O FMI baixou as previsões para o Brasil em um contexto global de desaceleração da economia mundial, provocada em boa medida pelas contínuas dificuldades de suprimentos nas cadeias internacionais de produção e forte aumento dos preços de energia e de alimentos, o que gerou uma alta substancial da inflação em todo o mundo. A elevação expressiva do IPCA, que subiu 10,06% no ano passado, levou o Copom a adotar um ciclo intenso de alta de juros, o que tem impactos no nível da atividade nacional.

O menor ritmo do crescimento global foi registrado por alguns grandes países emergentes, destaca o FMI, ressaltando também os casos da China e do México. “As perspectivas também se enfraqueceram no Brasil, onde o combate à inflação provocou uma forte resposta da política monetária, que pesará sobre a demanda doméstica. Uma dinâmica semelhante está em funcionamento no México, embora em menor grau.”

A atualização do relatório do Fundo Monetário Internacional teve foco exclusivo nas projeções de crescimento econômico dos países analisados.