Durante séculos, o Japão do tempo dos samurais sofreu com guerras sangrentas. Naquela época, os conflitos deixavam para trás plantações inteiras devastadas, principalmente de arroz, o mais importante alimento da população local. Mas, depois de cada confronto, os campos voltavam a ficar verdes e cheios de pequenos trevos de três folhas. Para os antigos japoneses, a planta era o sinal da terra para que eles não desistissem da lavoura. No Brasil, há cinco décadas o trevo é o símbolo da família Nishimura, dona do Grupo Jacto, fundado em 1948 pelo imigrante Shunji Nishimura, em Pompeia (SP). O negócio, que começou modesto, se tornou uma grande potência no setor de máquinas e implementos agrícolas, principalmente colhedoras, pulverizadores e adubadoras. Hoje o grupo, com faturamento de R$ 1,2 bilhão em 2014, detém dez marcas, entre elas a Rodojacto, fabricante de reboques para caminhões, e a Sintegra, de peças para cirurgias. “Estamos sempre em busca de soluções, antecipando as necessidades do setor e tentando ir além de suas expectativas”, diz Fernando Gonçalves Neto, presidente da Máquinas Agrícolas Jacto, unidade de negócios que responde por 70% dos resultados do grupo.

Vencedora no setor MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2015, a empresa divide o mercado com grandes nomes, como a catarinense GTS do Brasil, de capital nacional, e a CNH Industrial, braço do grupo italiano Fiat para as marcas Case e New Holland. Na sede da empresa, em 8,5 mil metros quadros trabalham 120 profissionais, entre engenheiros mecânicos, eletrônicos, agrícolas e de informática, desenvolvendo tecnologias no centro de pesquisa da companhia. Nos lançamentos de 2014, por exemplo, está a versão de uma adubadora que já era utilizada para a cultura da cana-de-açúcar e que foi adaptada para algodão e grãos. “Nesse caso, os técnicos ouviram as necessidades dos produtores e todas as suas demandas foram incorporadas no equipamento”, diz Gonçalves Neto.

De acordo com o diretor comercial, Valdir Martins, para fidelizar seus clientes, a Jacto aposta em um pacote de serviços pós-venda. Entre eles está uma linha telefônica exclusiva para que o produtor fale com a equipe de assistência técnica, diretamente na fábrica. No ano passado foram atendidas 19,2 mil ligações de produtores, em busca de informação e de orientação como, por exemplo, para encontrar peças de reposição. “Somos mais ágeis quando ouvimos os produtores”, diz Martins. “Na assistência de campo contamos com 56 técnicos especialistas em todo o País.”

Outro meio eficiente de aproximação com os produtores tem sido o Consórcio Nacional Jacto, criado há duas décadas para facilitar a aquisição de máquinas equipamentos. Atualmente, as vendas por meio desta ferramenta rendem R$ 96 milhões anuais, cerca por 8% do faturamento, ante 1% em 2013. Em 2014, para comemorar os 25 anos do lançamento do primeiro pulverizador fabricado pela Jacto, a empresa ampliou o portfólio da linha de consórcio de 40 para 46 máquinas, contemplando todos os equipamentos. “A venda através deste canal é um caminho sem volta”, diz Gonçalves Neto.“A aceitação por parte dos produtores cresce porque há muita facilidade na compra.”