O mercado agrícola brasileiro é cobiçado por dez entre dez empresas que atuam no segmento de insumos para o setor. Também, pudera. Com o País despontando como o celeiro da humanidade,
especialmente na produção de soja, milho, algodão, café e cana-de-açúcar, nada mais natural que os fabricantes de insumos, como defensivos agrícolas e sementes, redobrassem suas apostas por aqui. Uma das empresas que vêm colhendo bons resultados por aqui é a suíça Syngenta, campeã do Agronegócio Direto – Grandes Empresas do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2014. “O Brasil é o nosso segundo maior mercado no mundo”, afirma Laércio Giampani, presidente da Syngenta Proteção de Cultivos. “Entre os 110 países onde estamos presentes, ficamos atrás apenas dos Estados Unidos.” Mas no que depender da equipe comandada pelo executivo, é uma questão de tempo para que a filial chegue ao topo do pódio.

No Brasil, a Syngenta vem crescendo acima da média do segmento de defensivos, que avançou em cerca de 10%, em 2013, ano em que faturou R$ 1,4 bilhão, situando- se em 66o lugar entre as 500
Maiores Companhias do Agronegócio. No ano passado, a empresa obteve uma fatia de 20,3% do setor, seis pontos acima da segunda colocada. Trata-se de um desempenho e tanto, numa atividade que gerou US$ 11,4 bilhões em negócios, de acordo com as contas do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg). “Os últimos quatro anos foram excepcionais para a Syngenta e para a agricultura brasileira como um todo”, diz Giampani. O bom desempenho é fruto de uma estratégia ancorada em três pilares: venda de sementes e de agroquímicos, além da prestação de serviços. A assistência total ao cliente procura ir além do discurso. “Em qualquer lugar onde exista um agricultor, nós estamos presentes”, afirma o executivo. “Isso vale desde o primeiro pé de soja plantado no Rio Grande do Sul até o pé de café semeado em Rondônia.” Para dar conta da tarefa, a subsidiária conta com uma equipe de campo composta por 650 engenheiros agrônomos e uma rede de 400 distribuidores espalhados pelo País.

Além de saber vender, a empresa também conta com um arsenal tecnológico. Seu portfólio de produtos inclui produtos para o cultivo de alface e café, passando por cana-de-açúcar, milho e soja. Os dois últimos  representam tam cerca de 70% das vendas totais. “Temos soluções para pequenos agricultores, donos de três hectares, e para aqueles que cultivam áreas acima de 25 mil hectares”, diz Giampani. “O grande desafio é saber como conversar com clientes tão díspares e com necessidades tão específicas e, mesmo assim, garantir o retorno sobre o investimento.”

Nos últimos anos, a Syngenta não economizou recursos em seus projetos. Um dos principais desembolsos foram os US$ 100 milhões destinados à construção, em Itápolis, no interior paulista, de uma fábrica para a produção de plene – sementes de cana-deaçúcar mais produtivas e resistentes às variações climáticas. Tratase de uma tecnologia desenvolvida integralmente no Brasil que permite semear um hectare usando entre 1,5 tonelada e duas toneladas de cana – um número significativamente abaixo da média do mercado, que está em 15 toneladas, obtido sem afetar a produtividade de 120 toneladas, em média.
O Brasil também conta com uma estação experimental, de padrão global, situada em Uberlândia, cidade do Triângulo Mineiro. 

Para dar suporte às suas operações em 2014, a empresa acaba de fazer uma captação de R$ 190 milhões, a partir do lançamento de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). O montante
representa mais que o dobro dos R$ 85 milhões captados em 2013.

Os recursos serão usados para financiar os clientes, cobrindo eventuais dificuldades de acesso a crédito na rede bancária. “O nome do jogo deixou de ser parceria”, diz Giampani. “Agora, o que conta é a aliança com o cliente.” 

As boas surpresas colhidas no campo ao longo de 2013 não se limitaram à gigante suíça. A americana FMC Corporation, fabricante de herbicidas, é outra que também fez bonito e acabou se destacando no quesito Gestão Corporativa no prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2014. No ano passado, a venda de defensivos agrícolas rendeu R$ 2 bilhões, colocando a empresa na 51a posição no
ranking das 500 Maiores Companhias do Agronegócio. A empresa está investindo na ampliação de sua competitividade. Serão R$ 125 milhões na construção de uma fábrica no município paulista de Araras, além de um laboratório em Campinas.

De menor volume financeiro, mas não menos importante têm sido os investimentos na chamada “prata da casa”. Em 2010, a empresa criou a Academia FMC, destinada a fortalecer três de seus pilares: liderança, negócios e sustentabilidade. Além dos cursos de qualificação in company, a empresa também subsidia especializações em MBAs para seus funcionários. “A aprendizagem ocorre na prática, no compartilhamento de experiências e conhecimento”, diz Maria Lucia Murinelli, diretora de recursos humanos para a América Latina da FMC.