OLHO VIVO: Foroni (à esq.) e Caco Gerdau (à dir.) querem fazer sistema antifraude

Imagine um setor repleto de empresários de sucesso, mas que, por algum motivo, não consegue emplacar grandes projetos com facilidade. O paradoxo é real e existe no mercado de cavalos, mais precisamente na criação de animais de salto. Essa história pode estar prestes a mudar, conforme explica o empresário e criador Carlos Gerdau Johannpeter, titular do Haras Joter. A idéia é emprestar a expertise do mundo empresarial para a criação. “Temos que transformar esse setor num negócio de verdade”, define o herdeiro e executivo da Gerdau, maior siderúrgica brasileira, com faturamento superior a R$ 20 bilhões, que será um dos comandantes da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo de Salto nos próximos dois anos.

“Caco”, como é chamado no meio, enxerga um sério problema de planejamento que, segundo ele, esbarra na profissionalização do setor. Ele lamenta o fato de a associação não ter muita autonomia no mercado porque as competições, eventos que concentram os compradores de animais, são organizadas por outras entidades. Mas sua família Gerdau há 35 anos realiza o torneio The Best Jump, em Porto Alegre (RS). Por ano, são investidos cerca de R$ 500 mil. “E temos lucro”, diz. Na criação, promovem um leilão anual e fazem vendas diretas para cavaleiros de todo o mundo. Se há gargalos, eles não desanimam o empresário. O foco da nova diretoria será aumentar a segurança das operações, envolvendo cavalos de milhares de dólares. Quem compartilha da opinião de Caco Gerdau é o criador e parceiro Paulo Vitor Foroni, titular do Haras Método, criatório que leva o nome da construtora erguida pela famíilia. Os dois pretendem acrescentar um chip ao documento de identificação animal, o passaporte. “No novo sistema, será possível evitar fraudes relativas à identidade de animais e armazenar dados sobre as campanhas esportivas”, diz Foroni. Ambos juram que nunca houve problemas, mas, quando o assunto é dinheiro, cuidado nunca é demais. “Temos sempre que zelar pelo melhor”, diz Caco Gerdau.