A Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), grupo interministerial responsável por monitorar a crise hídrica, decidiu referendar nesta quinta-feira, 5, medidas para garantir o suprimento de energia elétrica em meio à grave crise hídrica no País. Entre elas estão ações para ampliar o fornecimento de energia elétrica por meio de usinas termelétricas movidas a óleo diesel e gás natural.

Para garantir o uso de térmicas, o colegiado também deu aval para a disponibilização de um terceiro navio regaseificador, no terminal de regaseificação de Pecém, no Estado do Ceará. Desde o ano passado, o governo autorizou o uso dessas usinas, que produzem energia mais cara, para garantir o abastecimento de energia elétrica no País.

Em uma sinalização de preocupação com o agravamento da crise hídrica, o grupo deu aval para a realização de estudos para a permanência de medidas para reter mais água nos reservatórios das usinas hidrelétricas Jupiá e Porto Primavera no próximo período úmido, entre os meses de dezembro de 2021 e abril de 2022. Também serão realizados estudos sobre as condições de atendimento eletroenergético na transição do período seco para o período úmido de 2021 e para o atendimento em 2022.

Além disso, o grupo aprovou a realização de estudos sobre a flexibilização temporária da Regra de Operação do rio São Francisco e as cotas mínimas a serem adotadas para os reservatórios das usinas hidrelétricas de Ilha Solteira e Três Irmãos. No período de 28 a 31 de agosto, a cota mínima das usinas será de 324,2 metros. Em setembro, a cota será de 323 metros.

As recomendações foram feitas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). O colegiado, também presidido pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, se reuniu nessa quarta-feira, 4. Diferente do CMSE, que faz recomendações, as definições da Câmara são de caráter obrigatório de cumprimento e deverão ser priorizadas por todas as instituições.