As contas do Governo Central registraram déficit primário em agosto, conforme o Tesouro Nacional. No mês passado, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 9,880 bilhões.

O resultado – que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – foi o melhor desempenho para o mês desde 2015, quando havia sido negativo em R$ 7,714 bilhões.

Em agosto de 2020, o resultado havia sido negativo em R$ R$ 96,070 bilhões por conta dos gastos com a pandemia do coronavírus.

O déficit do mês passado foi menor que a mediana das expectativas do mercado financeiro, de saldo negativo de R$ 15,450 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a instituições financeiras. O dado de agosto ficou dentro do intervalo das estimativas, que eram de rombo de R$ 48,0 bilhões a déficit de R$ 9,70 bilhões .

Acumulado

No ano até agosto, o resultado primário foi de déficit de R$ 83,312 bilhões, o melhor resultado desde 2019, quando somou R$ 58,428 bilhões nos oito primeiros meses do ano. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em R$ 601,302 bilhões.

Em agosto, as receitas tiveram alta real de 13,1% em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas caíram 41,2% na mesma comparação, já descontada a inflação.

Em 12 meses até agosto, o governo central apresenta um déficit de R$ 236,2 bilhões – equivalente a 2,7% do PIB.

A meta fiscal proposta pela equipe econômica para este ano admite um déficit de até R$ 247,118 bilhões nas contas do Governo Central, mas no último relatório bimestral o governo previu um rombo menor, de R$ 139,435 bilhões, mesmo com despesas extras por causa da pandemia de covid-19.

Composição

As contas do Tesouro Nacional – incluindo o Banco Central – registraram um superávit primário de R$ 5,955 bilhões em agosto, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro. No acumulado dos oito meses do ano, o superávit primário do órgão é de R$ 127,465 bilhões.

Já o resultado do INSS foi um déficit de R$ 15,815 bilhões no mês passado. No ano até agosto, o resultado foi negativo em 210,429 bilhões.

As contas apenas do Banco Central tiveram déficit de R$ 20 milhões em agosto e de R$ 349 milhões no acumulado do ano até o mês passado.

Teto de gastos

As despesas sujeitas ao teto de gastos subiram 3,5% em agosto na comparação com igual mês de 2020, segundo o Tesouro Nacional. A conta não inclui os gastos extraordinários feitos para combater os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que ficam de fora do teto por terem sido classificados como urgentes e imprevistos.

Pela regra do teto, o limite de crescimento das despesas do governo é a variação acumulada da inflação em 12 meses até julho do ano passado. Porém, como o governo não ocupou todo o limite previsto em anos anteriores, na prática há uma margem para expansão de até 5,9%.

As despesas do Poder Executivo variaram 3,6% no período (margem é de 6,0%). Do Legislativo, cresceu 0,9% (margem de 10,6%) e, do Judiciário, 0,5% (margem de 3,9%).