São Paulo, 12 – A China reduziu em 10,87% sua estimativa de importação de soja, para 83,65 milhões de toneladas, para o próximo ano comercial 2018/19, que começa em 1º de outubro, informou na manhã desta quarta-feira, 12, o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais do país, em relatório mensal de safra. A queda de 10,2 milhões de toneladas é referente à estimativa de 93,85 milhões de toneladas, divulgada em agosto. A previsão é 10,9% menor que as 93,9 milhões de toneladas importadas durante a safra de 2017/18.

O Ministério atribui à queda na previsão aos conflitos comerciais com os Estados Unidos (EUA), à adoção de uma dieta de baixa proteína para alimentação dos animais e às perdas de rentabilidade da suinocultura, em virtude da peste suína africana (ASF) que atinge o país, que também reduz a demanda por farelo de soja. A China é o maior comprador da oleaginosa do mundo.

Com a revisão, a perspectiva de déficit na oferta da commodity no país passou para 3,57 milhões de toneladas, ante 250 mil toneladas estimadas no relatório do mês passado. Para a safra 2017/18, o déficit previsto é de 1,26 milhão de toneladas. O governo também elevou suas estimativas para produção doméstica de soja em 2018/19 para 15,83 milhões de toneladas, ante 15,37 milhões, prevista em agosto. Na safra 2017/18, o volume produzido no país foi de 14,55 milhões de toneladas.

De acordo com relatório, a produção interna de milho na safra 2018/19 deve alcançar 213,02 milhões de toneladas, uma revisão de alta 0,74%, em relação aos dados divulgados em agosto. A elevação deve-se ao aumento do uso do grão como substituto para ração animal e à alta na produção de etanol. A previsão de exportação do cereal manteve-se em 1,5 milhão de toneladas, declínio de 54,5% quando comparada a safra de 2017/18. Já o déficit da oferta foi ampliado de 17,75 milhões de toneladas para 22,38 milhões de toneladas. Para a safra 2017/18, o déficit estimado chegou em 4,5 milhões de toneladas.

Quanto ao algodão, segundo o Ministério, a importação na safra 2018/19 deve aumentar em 53,8% , em comparação a safra 2017/18, para 2 milhões de toneladas. Enquanto, a produção doméstica deve cair 3,11%, de 5,89 milhões de toneladas na safra 2017/18 para 5,80 milhões de toneladas na safra 2018/19. O relatório projeta um superávit de 6,95 milhões de toneladas na oferta da pluma.

Os dados revelam ainda os índices quanto à importação e produção de açúcar. As compras de adoçante do exterior pelo país devem aumentar em 3,57% na próxima safra, somados o açúcar de beterraba e de cana-de-açúcar, para 2,9 milhões de toneladas em 2018/19, ante 2,8 milhões de toneladas em 2017/18.

O relatório é a primeira avaliação oficial do governo chinês que mostra os efeitos dos conflitos comerciais com os EUA. Desde julho, todas importações norte-americanas estão sujeitas à uma tarifação de embarque. Na soja, a taxa é de 25%. Os EUA são o segundo maior fornecedor de oleaginosa para a China. (Com informações da Dow Jones Newswires)