O que era para ser um evento de discussão sobre a fruticultura, se tornou um marco para a atividade em Goiás. Tudo isso porque durante o 1º Encontro Goiano de Fruticultura, que acontece nesta quarta (7) e quinta-feira (8), em Goiânia, o vice-governador, José Eliton Júnior, assinou uma carta de intenções, na qual está prevista a criação de um Plano Estadual de Desenvolvimento para a Área de Fruticultura e a regulamentação da Lei 17.041/10, que cria uma Política Estadual de Incentivo à Fruticultura.

O evento, realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), acontece no auditório da entidade, que também será palco do 13º Seminário de Citricultura Goiana. José Eliton, que também responde pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED), foi recebido pelo presidente da Faeg, José Mário Schreiner.

Na ocasião, Schreiner apresentou dados que comprovam a potencialidade da fruticultura, e fez questão de ratificar o papel importante que a agropecuária vem exercendo dentro do atual cenário econômico. “A renda líquida por hectare da soja é de R$ 843,00 da banana prata é de R$ 6 mil, da uva é de R$ 27 mil e do abacaxi é de R$ 9.9 mil. Será que ainda precisamos falar que a atividade necessita urgentemente de investimentos? ”, questionou, em tom provocador. “Hoje temos dois países. O nosso Brasil é aquele que nos enche de orgulho, aquele que dá certo. Mas ainda assim, precisamos muito do apoio público, com políticas específicas e mais investimentos”, completou.

José Mário, que também é presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), também falou sobre a necessidade de investimentos tecnológicos para que a atividade deslanche de vez. “85% das nossas propriedades são de pequeno e médio porte. Elas são responsáveis por 15% da produção total. Isso acontece porque falta tecnologia dentro dessas fazendas. Precisamos, cada vez mais, discutir esse cenário, debater os gargalos e avaliar oportunidades dentro da fruticultura”, defendeu.

José Eliton disse que governo pensa ações que fomentem a fruticultura. Foto – Fredox CarvalhoEmpenho estadual
Concordando com Schreiner, o vice-governador, José Eliton Júnior, disse que o governo estadual está empenhado em pensar ações que fomentem a fruticultura goiana. Segundo ele, investimento em pesquisa e tecnologia são prioridades, assim como uma aproximação ainda maior às entidades representativas da agropecuária goiana, como a Faeg e o Senar Goiás. José Eliton aproveitou para destacar a importância da participação efetiva do produtor na criação de caminhos que fortaleçam a fruticultura. “Vocês são nossos indicativos sobre o que está bom e o que precisa melhorar”, disse, ao assinar a carta de intenções, que pede a regulamentação da Lei 17.041/10.

A Lei em questão estabelece que uma das diretrizes da política de incentivo à fruticultura goiana seja a utilização do cooperativismo, ou seja, impacta diretamente em uma das maiores reclamações dos fruticultores: a falta de organização da cadeia de produção. De acordo com o vice-governador, os produtores “podem contar com o governo estadual no que se refere a incentivos para organizar e articular todas as etapas de produção e comercialização de frutas em Goiás”.

Schreiner apresentou dados que comprovam a potencialidade da fruticultura goiana. Foto – Fredox CarvalhoEncontro goiano
Com o tema: “Cenário, Desafios e Oportunidades”, o evento – que também foi realizado pelos Sindicatos Rurais (SRs), Instituto Inovar e a Associação Goiana dos Citricultores (Agrocitros), objetiva desenvolver ainda mais a fruticultura no estado por meio de conhecimento, tecnologia e extensão. A ideia é, além de apresentar o grande potencial de Goiás para a fruticultura, será debater meios de tornar a atividade uma das principais do agronegócio goiano, gerando divisas e diversificando a produção agrícola no estado. Os avanços tecnológicos na produção de frutas, a importância da defesa sanitária na cadeia produtiva e a representatividade do cooperativismo e associativismo na atividade são alguns dos temas que compõem a programação. Fonte: Ascom/Michelle Rabelo.