Berlim, 22/08 – O governo alemão anunciou hoje que dará um auxílio de cerca de 340 milhões de euros aos agricultores que tiveram perdas em suas lavouras por causa da estiagem vista neste ano. No entanto, o montante é inferior ao 1 bilhão de euros pedido por representantes do setor e não deve compensar os prejuízos econômicos estimados em 3 bilhões de euros, conforme relatos vindos de oito dos 16 Estados da Alemanha. Os recursos que foram liberados virão dos governos federal e estadual.

A ministra da Agricultura da Alemanha, Julia Kloeckner, admitiu que o governo não pode cobrir todos os danos e acredita que os aumentos de preços para algumas culturas atenuariam o prejuízo. As safras de frutas e vegetais, por exemplo, tiveram aumento em 2018 em relação aos anos anteriores. Ainda segundo a ministra, as estimativas de colheita recebidas até agora justificam a decisão de declarar a seca como um “evento de extensão nacional”.

A Associação Alemã de Agricultores estima que safras de cereais em todo o país caíram 25,6% em comparação com a média dos cinco anos anteriores. Joachim Rukwied, presidente da entidade, disse que a colheita em algumas partes da Alemanha pode ter sido completamente perdida e que as despesas decorrentes da seca poderiam aumentar ainda mais. “Precisamos urgentemente de chuva”, afirmou.

Como grande parte da Europa, a Alemanha tem sofrido com pouca chuva e longos períodos de clima muito quente desde abril. Segundo o Serviço Meteorológico Alemão, o país atingiu os patamares mais elevados de adversidades na temperatura desde o início dos registros oficiais, em 1881.

Os cientistas dizem que o verão de 2018, excepcionalmente precoce e longo, é um indicador dos tipos de clima que os países europeus podem ver cada vez mais devido ao aquecimento global. Pesquisadores afirmam que o setor agrícola da Alemanha é responsável por pelo menos 7% das emissões de gases de efeito estufa do país. Para Hermann Lotze-Campen, economista agrícola do Instituto Potsdam, os agricultores poderiam contribuir com a mitigação das emissões reduzindo o uso de fertilizantes à base de nitrogênio e mudando os métodos de criação de animais. Fonte: Associated Press.