Enquanto organizações e partidos de esquerda e direita disputam nas ruas o protagonismo na oposição ao presidente Jair Bolsonaro, um movimento formado por empresários, investidores, banqueiros, políticos e intelectuais atua nos bastidores para unificar a oposição ao governo federal. Batizado de “Derrubando Muros”, o grupo se intitula uma “iniciativa cívica” e conta com 92 membros.

Parte deles esteve na Avenida Paulista no domingo, mas optou por não subir no palanque por onde passaram Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Simone Tebet (MDB). O foco principal da iniciativa é buscar uma terceira via nas eleições de 2022, mas o “Derrubando Muros” tem mantido conversas também com o PT e a maioria dos membros não descarta apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um eventual 2º turno se o adversário for Bolsonaro. “Estamos em um regime fascista e o inimigo está na sala. Nossa prioridade é criar uma alternativa no centro moderno e que haja o menor número de candidatos possível”, disse o sociólogo e empresário José César Martins, coordenador do coletivo.

A lista de empresários do grupo, segundo Martins, conta com nomes como Horácio Lafer Piva (da Klabin), José Olympio Pereira (do banco Credit Suisse), Antonio Moreira Salles (filho do presidente do conselho de administração do Itaú, Pedro Moreira Salles), Marcello Brito, da Associação Brasileira do Agronegócio, e os economistas Persio Arida, Armínio Fraga, André Lara Resende e Elena Landau. Os quatro últimos iniciam amanhã um ciclo de debates sobre a reforma do Estado com a participação de Fernando Haddad, ex-presidenciável petista em 2018. “Mas essa não é uma iniciativa empresarial, mas cívica”, disse o coordenador.

O “Derrubando Muros” começou a se articular há um ano no Rio Grande do Sul. O grupo já se reuniu com todos os presidenciáveis, menos Lula, o que não está descartado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.