São Paulo, 23 – Grupos agrícolas defenderam o uso do glifosato após a Suprema Corte dos Estados Unidos decidir não analisar um recurso da Bayer em um caso envolvendo o ingrediente. Segundo o setor, a decisão coloca em risco o fornecimento global de alimentos, já que pode restringir o uso ou as vendas de agrotóxicos. De acordo com o grupo, “não é hora de limitar os produtos químicos que podem aumentar a produção de alimentos”, já que a invasão russa da Ucrânia elevou os preços globais dos insumos.

“Há muita coisa em jogo para permitir o surgimento de uma colcha de retalhos não científica de rótulos estaduais de defensivos que ameaçariam o acesso dos produtores às ferramentas necessárias”, escreveram os grupos comerciais, incluindo a American Farm Bureau Federation, American Soybean Association, National Corn Growers Association e Associação Nacional de Produtores de Trigo.

Na última terça-feira, a Suprema Corte negou o recurso da Bayer em um caso que ligava o herbicida da empresa que tem como ingrediente-base o glifosato, Roundup, ao linfoma não-Hodgkin de um demandante da Califórnia, Meadows. Ele disse que estava pulverizando o produto químico em sua própria fazenda de 4 mil acres. Sob as mesmas alegações, a companhia já venceu quatro casos e perdeu três.

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A Bayer sustenta que o glifosato não representa risco de câncer. A empresa ainda defende o Roundup, embora esteja começando a remover o glifosato do produto vendido a consumidores residenciais americanos, que representam a maioria das reivindicações contra a empresa.

Os agricultores dos EUA aplicam quase 300 milhões de libras de glifosato em seus campos anualmente, de acordo com dados do Serviço Geológico dos EUA. A Bayer disse que os agricultores sabem como usar o glifosato com segurança. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer da Organização Mundial da Saúde classificou o glifosato como um provável cancerígeno humano em 2015.