PARCERIA: Erhardt, presidente da GSI Brasil, à esq., e Clawson, CEO mundial

OGrupo GSI, líder mundial na fabricação de silos e equipamentos para secagem, está com planos audaciosos para o Brasil. Dono de uma participação de mercado de 9%, seu plano é conquistar uma fatia de 25% e alcançar a liderança num prazo de quatro anos. Para isso não faltam recursos. Segundo Ingo Erhardt, presidente da companhia no Brasil, os fundos aos quais o grupo pertence, Center Bridge e Charles Bank, têm US$ 7 bilhões para investir e já anunciaram que o Brasil é o principal foco. O pontapé inicial já foi dado com a inauguração de mais uma fábrica. A nova unidade fica em Brusque, Santa Catarina, e será voltada à fabricação de silos e secadores. A primeira etapa do parque fabril totalizou R$ 20 milhões, mas a previsão é que o investimento total fique em R$ 30 milhões. “Escolhemos Brusque por causa da logística de importação e exportação. Aqui estamos a 15 km do porto de Itajaí”, diz Erhardt. A estratégia é que a fábrica se torne plataforma de exportação de silos e secadores para os EUA até a metade do ano que vem.

Por ora, a unidade de Brusque está fabricando apenas secadores. Sua capacidade é de 40 exemplares por mês, produção que está toda vendida até o final do ano. Com o novo empreendimento, a companhia ganha a vantagem competitiva: reduz o tempo de entrega de produtos de 90 para 60 dias. “O mercado brasileiro hoje é o mais importante e com o maior potencial de crescimento. Tanto que os secadores desenvolvidos aqui são mais modernos e têm um custo menor que nos EUA”, explica Scott Clawson, presidente mundial do grupo GSI. Ele refere-se ao sistema produtivo que diminui a sucata e o retrabalho das máquinas. A previsão da empresa é que até 2011 a unidade catarinense alcançará o faturamento de R$ 200 milhões. Mas já para este ano, a nova fábrica deve alavancar a participação de mercado da empresa para cerca de 15%. No mundo, o grupo tem 12 fábricas. Fora o Brasil, a companhia tem planos de expansão em equipamentos voltados à produção de proteína animal na China e planeja expandir a atuação em grãos no Oeste Europeu. Em território nacional, a ampliação contempla duas fábricas em Brusque e há perspectiva de uma nova fábrica no Rio Grande do Sul, onde a empresa já tem uma unidade voltada a equipamentos para produção de aves e suínos.

Além disso, atores do mercado dizem que o grupo GSI está sondando a Kepler Weber, líder no mercado de silos. Sobre a possível aquisição, Erhardt e Clawson desconversam. Mas consultores do setor apontam duas possibilidades: a americana pode estar de fato querendo comprar a Kepler ou está plantando esse boato para desvalorizar a concorrente. Verdade ou não, a situação só evidencia o quanto o mercado está aquecido.