A pandemia de coronavírus fez a Universidade Harvard, uma das mais prestigiadas do mundo, projetar uma redução de receita de US$ 750 milhões para o próximo ano letivo. Nos Estados Unidos, ele começa no segundo semestre.

A instituição já iniciou uma série de medidas para economizar dinheiro, como congelamento de salários e contratações, cancelamento de projetos e possibilidade de demissões e licenças.

Além disso, a instituição enfrenta uma polêmica com relação ao uso de seu endowment, um fundo perpétuo alimentado por doações em que apenas os rendimentos auferidos são revertidos para projetos. Estudantes têm feito campanhas para que o dinheiro – estima-se que haja US$ 40 bilhões no fundo – seja usado para ajudar funcionários em má condições financeiras e que não podem trabalhar por causa da pandemia.

Em resposta à campanha “40 Billion for What” (US$ 40 bilhões para quê, em português), a universidade afirmou que o rendimento do fundo tem caído “substancialmente” por causa da crise e a instabilidade da bolsa de valores. E que há dinheiro cujos doadores determinaram um uso específico, como bolsas para alunos ou professores e programas de pesquisa.

A campanha também pede que estudantes que não tenham o plano de saúde de Harvard sejam incluídos sem ter que pagar nenhuma multa. O presidente da universidade, Lawrence Bacow, chegou a escrever uma carta dizendo que cada geração deve fazer sacrifícios para garantir que o endowment possa ajudar futuros alunos, professores e funcionários.

Outras universidades também têm sido questionadas sobre o uso de seus fundos de endowment durante a crise, como Princeton, que tem US$ 26 bilhões, e Michigan, com US$ 12,4 bilhões. Para muitos, as universidades mais ricas dos EUA deveriam usar pelo menos pelo parte de suas reservas para ajudar estudantes e funcionários. “As pessoas entendem erroneamente que o endowment é um fundo para ‘dias de chuva’ ou tempos difíceis”, argumentou o presidente de Princeton, Christopher Eisgruber. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.