A atividade comercial no País encerrou o ano de 2018 com menos estabelecimentos, mas mais empregados. O comércio obteve R$ 3,7 trilhões de receita operacional líquida, segundo a Pesquisa Anual de Comércio 2018, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor adicionado bruto do setor alcançou R$ 613,5 bilhões naquele ano.

O País tinha 1,5 milhão de empresas comerciais, totalizando 1,7 milhão de unidades locais, 1,2% a menos que em 2017. A perda ficou concentrada no varejo, enquanto os segmentos atacadista e de comércio de veículos e peças tiveram aumento no número de estabelecimentos.

O comércio ocupou cerca de 10,2 milhões de pessoas em 2018, que receberam R$ 237,4 bilhões em salários e outras remunerações. Em relação a 2017, houve aumento de 0,3% no total de trabalhadores, além de avanço de 2,2% nas remunerações pagas, já descontada a inflação do período.

A ampliação do emprego ocorreu no comércio de veículos e peças (2,4%) e no comércio por atacado (0,5%), enquanto o comércio varejista manteve a quantidade de trabalhadores estável. O IBGE salienta, entretanto, que o comércio ainda empregava menos do que no período pré-recessão econômica. O total de ocupados em 2018 era 4,0% menor do que em 2014, com perdas em todos os três subsetores: veículos e peças (-4,8%), atacado (-7,0%) e varejo (-3,1%).

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,3% em 2018, apenas repetindo o resultado do PIB de 2017. No entanto, o comércio avançou mais, 2,5%, em linha com o aumento no consumo das famílias, o que sugere que o setor iniciou em 2018 uma retomada gradual do crescimento.

“Entretanto, o contexto de instabilidade econômica e institucional iniciado em 2015 ainda não foi totalmente superado pelas empresas do setor, que dependem de melhoras do cenário macroeconômico, como a diminuição do desemprego, para um aumento mais expressivo na atividade”, ponderou o IBGE.

Quanto às remunerações dos trabalhadores, houve melhora em 2018 no total desembolsado pelos três subsetores em relação a 2017: veículos e peças (3,8%), atacado (1,1%) e varejo (2,4%). Mas a massa salarial ainda ficou 2,6% aquém da registrada em 2014, com recuos expressivos em veículos (-14,4%) e no atacado (-4,7%), apesar da ligeira estabilidade do varejo (0,2%).

No ano de 2018, o comércio de veículos movimentou R$ 345,1 bilhões em receita operacional líquida. O segmento tinha 894,4 mil trabalhadores, que receberam R$ 22,7 bilhões.

O comércio atacadista teve receita de R$ 1,7 trilhão, empregou 1,7 milhão de pessoas e pagou R$ 59,6 bilhões em remunerações.

Já o varejo alcançou R$ 1,7 trilhão em receita operacional líquida. O subsetor ocupava 7,6 milhões de pessoas, que receberam R$ 155,2 bilhões em remunerações.