Rio, 11/1 – A safra agrícola esperada no País para 2018 deve continuar contribuindo para conter os índices de inflação, avaliou Carlos Alfredo Guedes, analista da Coordenação de Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O terceiro Prognóstico para a Produção Agrícola, divulgado nesta quinta-feira, 11, pelo instituto, mostra que a produção nacional de grãos este ano será 6,8% menor do que a safra recorde obtida em 2017. No entanto, no prognóstico anterior, divulgado no mês passado, esperava-se uma produção 9,2% menor do que a do ano anterior. Mas a safra 2018 será 4,8 milhões de toneladas maior do que o previsto em novembro, embora ainda 16,3 milhões de toneladas menor do que a de 2017.

“Apesar da queda em relação a 2017, 224 milhões de toneladas é a segunda melhor estimativa que nós temos. É um volume muito alto e com certeza deve continuar ajudando a segurar um pouco a inflação neste ano de 2018”, afirmou Guedes.

Segundo o pesquisador, a safra 2018 parte de um nível alto e, por enquanto, não há risco de desabastecimento dos principais produtos, como milho, ainda com estoques elevados. Para ele, as reduções previstas para a produção de milho e da soja em relação a 2017 não são suficientes para pressionar para cima as cotações e, se confirmada a estimativa, a safra deste ano será “muito boa”.

“Os produtos que provocam impacto na safra em volume são soja e milho. Mesmo que a gente tenha diminuição na safra do milho, isso não deve mexer muito no mercado, porque a gente está com estoques elevados. No caso da soja, são preços internacionais, regulados por bolsas internacionais, também não deve mexer muito nos preços aqui dentro. O que mexeria muito seria o feijão, mas estimamos uma safra boa este ano. Acreditamos que neste primeiro momento os alimentos continuarão favorecendo os índices (de preços). É claro que a gente tem outros produtos, como batata e cebola, que dependem ainda um pouco das condições climáticas em 2018. Isso não está sendo medido agora, nesta estimativa”, frisou Guedes.