Diversos fatores explicam os aumentos de preços na economia, como o reajuste de itens monitorados e o repasse por empresários da alta de custos para o consumidor final, afirmou André Almeida, analista do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ele, ainda não é possível mensurar se há pressão de demanda sobre a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

“São diversos os fatores que influenciam no movimento de preços. Existe a questão de repasse de custos, altas de energia elétrica, combustíveis, gás. Isso tudo pode influenciar lojista e empresário a repassar esse aumento de custos para o consumidor final”, disse Almeida. “O mês de julho teve influência, principalmente, da alta da energia elétrica, gás, combustíveis, passagens aéreas”, completou.

O IPCA acelerou de 0,53% em junho para 0,96% em julho. Dentro do índice, a inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre a inflação – passou de uma alta de 0,23% em junho para 0,67% em julho. Já a inflação de itens monitorados pelo governo acelerou de 0,81% em junho para 1,68% em julho.

A inflação de serviços acumulada em 12 meses saiu de 2,24% em junho para 3,03% em julho. A inflação de monitorados em 12 meses passou de 12,99% em junho para 13,49% em julho. A taxa do IPCA como um todo acumulada em 12 meses acelerou de 8,35% para 8,99% no período.

O analista do IBGE lembra que os aumentos sucessivos em itens monitorados como a energia elétrica e os combustíveis vêm contribuindo para a aceleração do IPCA em 12 meses, junto com o encarecimento das carnes. “Todos esses fatores contribuíram para aceleração no acumulado em 12 meses”, afirmou Almeida.

As carnes ficaram 34,28% mais caras nos últimos 12 meses. A energia elétrica acumula um aumento de 20,09%. A gasolina subiu 39,65% nos 12 meses encerrados em julho, enquanto o etanol aumentou 57,27%.