São Paulo, 05 – O Conselho Internacional do Algodão (Icac, na sigla em inglês) revisou para baixo sua projeção para os estoques finais globais da safra 2018/2019, a 16,91 milhões de toneladas. Se confirmado, o resultado representará uma queda de 10% ante o total de 18,74 milhões de toneladas estimado para as reservas mundiais da pluma em 2017/2018 e chegará ao menor patamar desde a temporada de 2011/2012. Em relação ao levantamento anterior, o ajuste para 2018/2019 foi de 0,88%, devido a “uma queda de 3% na produção e um aumento de 3% no consumo”, diz o conselho em nota.

A queda nos estoques globais virá, em grande parte, de uma redução na armazenagem da China. De março a agosto de 2018, a Reserva Estadual Chinesa vendeu mais de 2 milhões de toneladas de fibra, reduzindo os estoques para cerca de 8,6 milhões de toneladas. Se a produção e o consumo se mantiverem nos atuais níveis projetados, os chineses deverão diminuir ainda mais as reservas da temporada 2018/2019, para 6,6 milhões de toneladas, uma queda de 23% na variação anual.

Já os estoques fora da China registram tendência oposta, com o crescimento de 24% em 2017/18, para 10,1 milhões de toneladas. “O aumento deverá desacelerar em 2018/19, para 10,2 milhões de toneladas”, estima o Icac. De acordo com o conselho, até o final da próxima temporada os armazéns fora da China deverão abrigar cerca de 61% das reservas globais do mundo.

“O desempenho projetado para os estoques finais na China refletem a demanda crescente das indústrias do país e podem sinalizar aumento das importações em 2018/19”, pontua o comunicado. O avanço no consumo global em 2018/2019 pode levar a aumentos de preços da commodity em meio a uma possível queda na produção global, mesmo diante de incerteza sobre as políticas comerciais.