Os dois indicadores de mercado de trabalho da Fundação Getulio Vargas (FGV) apresentaram piora de fevereiro para março deste ano. O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), que busca antecipar tendências do emprego nos próximos meses, caiu 9,4 pontos, indo para 82,6 pontos, em uma escala de zero a 200, o menor nível desde junho de 2016 (82,2 pontos).

O Iaemp é medido com base nas sondagens feitas com empresários da indústria e dos serviços e com consumidores.

De acordo com o economista da FGV Rodolpho Tobler, o resultado de março mostra os primeiros efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na perspectiva sobre o mercado de trabalho.

É a segunda maior queda da série histórica, ficando atrás apenas da ocorrida na crise de 2008 e 2009. Para ele, o cenário negativo deve continuar, já que a incerteza no país é crescente em razão da covid-19.

O outro índice, Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), também piorou. Medido com base na opinião dos consumidores sobre a situação atual do desemprego, o indicador subiu 0,6 ponto em março, para 92,5 pontos.

Diferentemente do Iaemp, no ICD a escala é invertida. Quanto mais próximo de zero, melhor o resultado. Ou seja, quando o indicador sobe é sinal de que as pessoas consideram o mercado de trabalho de forma mais negativa.

Indicadores de trabalho da FGV pioram em março