O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) ficou estável em fevereiro na comparação com janeiro deste ano. De acordo com a pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira, o indicador recuou 0,2 ponto em fevereiro, de 56,0 para 55,8 pontos, mas segue positivo.

Apesar de indicar que a indústria segue confiante nesse segundo mês de 2022, pois está acima da linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança, o índice é o menor número para o mês de fevereiro desde o ano de 2017.

De acordo com a Analista de Políticas e Indústria da CNI, a economista Larissa Nocko, esse movimento se deve a alguns fatores. Ela lembra que o Icei é composto por quatro elementos, sendo o empresário questionado a respeito da sua avaliação com relação à economia brasileira, com relação à própria empresa e sobre as expectativas para os próximos seis meses, também sobre a economia e a empresa.

“Desses quatro componentes, aquele que mostra uma avaliação negativa é o índice de condições atuais da economia brasileira. Essa percepção negativa com relação à economia brasileira se deve principalmente a dois fatores. O primeiro deles é a persistência da pandemia de covid-19 que, além do seu impacto sobre a saúde da população, também afeta a cadeia de suprimentos, no caso da indústria, e o segundo principal fator é a inflação elevada que também afeta muitos custos”, afirma a economista.

O Índice que mede a percepção com relação às condições atuais recuou 0,5 ponto e ficou em 49,1 pontos. “Ao se mover para mais abaixo da linha divisória de 50 pontos, o índice demonstra uma percepção negativa das condições atuais na comparação com os últimos seis meses”, avalia a CNI.

Esse recuo, no entanto, foi puxado pelo indicador que mede a avaliação da economia brasileira, que ficou em 46,1 pontos. Já o índice relativo à avaliação da empresa caiu 1,1 ponto no mês, mas ainda demonstra uma percepção positiva, pois ficou em 50,6 pontos, acima da linha dos 50 pontos.

Apesar dessa avaliação negativa da economia brasileira, ressalta Larissa, “as expectativas para os próximos seis meses dos empresários se encontram positivas e disseminadas”. O índice de expectativas não variou no mês, ficando em 59,2 pontos, “um patamar elevado que indica expectativas positivas para os próximos seis meses”, segundo a CNI.

Foram entrevistadas 1.517 empresas, entre elas, 606 de pequeno porte, 571 de médio porte e 340 de grande porte, no período de 1º a 7 de fevereiro.